Artigo - Lanterna à proa no novo cenário econômico internacional

Professor Antonio Carlos C. Fraquelli 

A economia internacional vivenciou um período de intenso crescimento no período 2004-07 quando a economia mundial cresceu em média 5,0% ao ano.  Depois, veio a crise.  Nos Estados Unidos houve a eclosão da crise dassubprimes, na Europa tomou corpo a crise da dívida e no Japão ocorreu o terremoto, seguido de um tsunami, que produziu o desastre nuclear de Fukushima.  Barack Obama sabe que a normalização das condições do emprego nos Estados Unidos pode estar distante, Angela Merkel sabe que a fragmentação da Zona Euro pode estar próxima e Yoshihiko Noda sabe que a reconstrução de parte do País é tarefa para uma década.

Se a crise atual mantém as economias desenvolvidas nesse status-quo é preciso voltar os olhos às economias emergentes.  Elas ganharam status à medida que reduziram o impacto da recessão mundial de 2009 e evitaram que o efeito se repetisse nos anos seguintes.  Todavia, elas também fazem frente a profundas transformações.  O governo de Beijin sinalizou a desaceleração da sua economia e o abandono da idéia de valorizar o Yuan, a Índia apostou exclusivamente nos serviços e, agora, deverá priorizar a indústria e o Brasil enfrenta o tsunami monetário que fortalece o real e se depara com a nova realidade que poderá advir com a redução dos juros na ponta do consumidor.

Isso posto, o que muda à frente?

Politicamente podem ocorrer mudanças nos Estados Unidos, na China, na Alemanha e no Japão.   A última pesquisa da CNN mostrava Obama no patamar mais baixo de popularidade desde o início da sua gestão.  No caminho para Illinois e no acumulado até Porto Rico, Mitt Romney batia Rick Santorum por 518 a 239 delegados.  Hu Jintao e Wen Jiabao poderão ser substituídos, respectivamente, por Xi Jinping e Li Keqiang caso esses últimos ocupem duas das nove vagas em disputa no Comitê Permanente do Politburo.  Angela Merkel vem de duas derrotas em eleições regionais e constrangida pela forma como Christian Wulff anunciou a sua renúncia à presidência.    No Japão, onde os primeiros-ministros se mantêm, em média, por um curto período de tempo no cargo – exceção a Junishiro Koizumi -, Yoshihiko Noda recebeu de Kan Naoto uma sociedade envelhecida para administrar.

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