Indústrias de biodiesel racham entidade nacional, a Abrabio

As indústrias brasileiras de biodiesel racharam a Abrabio, presidida pelo ex-Ministro Odacir Klein.

. Saiu uma Abrabio do B na Expointer na segunda-feira. Entre os gaúchos estão a Olfar, Brasil Ecodiesel e BsBIOS.

- O segmento passa por turbulências porque o governo federal estabeleceu nova política de compras que gerou insegurança. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Jornalista Políbio Braga


Vamos aos fatos. A Ubrabio entidade representativa de todo o setor do Biodiesel, presidida pelo Sr. Odacir Klein, há aproximadamente quatro meses atrás teve a saída de algumas usinas de Biodiesel, ao qual se declararam descontentes principalmente em dois pontos muito importantes:

1 – A não evolução por parte do governo federal do novo marco regulatório do Biodiesel (PNPBII), entendendo que parte desta questão estava na interlocução do setor com o governo;
2- A situação específica das pequenas e médias usinas de Biodiesel que estavam descontentes com o andamento do Programa Nacional de Biodiesel e seus resultados.
Permaneceram na Ubrabio, uma parcela significativa de produtores de Biodiesel, a maioria deles com empresas com mais de trinta anos no setor agropecuário, comprometidas com o agronegócio brasileiro, e com o desenvolvimento da agricultura familiar.
Aqui no RS as empresas mais tradicionais do agronegócio, representando 72% da produção de Biodiesel no RS permaneceram na Ubrabio. Algumas destas empresas têm mais de 40 anos dedicadas a agricultura gaúcha, ao fomento e desenvolvimento da agricultura familiar, prestando assistência técnica e serviços aos seus agricultores ao longo de décadas, passando por situação de preços defasados, fatores climáticos adversos, crises econômicas, Lei Kandir entre outros. Diferentemente da situação das empresas que se associaram a Aprobio, citada em sua reportagem, onde na média possuem pouco mais de cinco anos de existência, e até hoje contribuíram de uma maneira marginal no desenvolvimento da agricultura no RS.



Apesar disto e do discurso que a cisão seria para melhorar a interlocução com o governo Federal, os fatos são os seguintes após quatro meses:
1 – A evolução do PNPB II até agora é nula; continuamos com 5% de mistura, contra uma defesa do setor de 7% de mistura para 2012, 10% para 2014 e 20% para 2020.
2 – As mudanças nas regras de comercialização no Biodiesel, único objetivo alcançado até o momento pela cisão do setor, representam uma perda de receita para o RS de R$ 250 milhões ao ano e uma perda de arrecadação de R$ 15 milhões em ICMS.
3 – Existindo a evolução da mistura como defendem as entidades do setor a perda estimada em 2014 e 2020 em faturamento no RS pode chegar a R$ 3,0 bilhões e R$ 9,0 bilhões e de ICMS de R$ 180 milhões e R$ 540 milhões.
Os fatos estranhos não param por aí, a Aprobio (nova entidade do setor) que foi criada para defender os pequenos, cala-se sobre tudo isto, e aqui vale aquele ditado “quem cala , consente”. Diferentemente da Ubrabio , do Sindibio – RS e do Sindibio – MT que representam 70% do setor que já se posicionou contra as condições atuais e pediu ao governo a oportunidade de discuti-las em um fórum mais amplo e com maior prazo, junto com o PNPB II.
A nova entidade não se posiciona, pois a mudança auxilia os grandes produtores de Biodiesel com plantas no Nordeste e Norte do Brasil, diferentemente do seu objetivo inicial que era de proteger aos pequenos e médios.
Por último o governo do estado do RS está fazendo um grande esforço para viabilizar usos diferenciados para o arroz (que passa por uma crise) sendo o combustível (etanol de arroz) uma possível alternativa, e o desenvolvimento da indústria de etanol no RS, para reduzir a perda fiscal que existe hoje, por exemplo, na compra deste último produto em outros estados da nação.
Mas os riscos são bem maiores, pois precisaríamos de 10 à 15 anos de desenvolvimento destas novas industrias (se forem viáveis) para chegar ao estágio que a industria do Biodiesel tem hoje no RS.
No que se refere à cisão das entidades, cabe mencionar que a nova entidade criada, apesar de todos os impactos negativos no nosso estado e nossa agricultura é dirigida por um gaúcho.
A Ubrabio e o Sindibio – RS irão procurar nos próximos dias o governo do estado do RS para alertá-lo das mudanças, seus impactos e definir um plano de ação para o Biodiesel no RS.

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