As TVs comprometidas ou não com conteúdos do mundo cão, derramam sons e imagens sobre a tragédia do Rio pelo oitavo dia consecutivo, como fizeram durante 45 dias no caso das enchentes de São Paulo.
. São situações recorrentes.
. Os câmeras mostram sucessão de mulheres desesperadas, autoridades e especialistas explicando o que aconteceu e paisagens urbanas desoladoramente laceradas, pobres e amedrontadas.
. O telespectador é transformado no espectador emasculado, que tudo consome no conforto da poltrona, enquanto traga o trago da noite, mordisca o jantar em preparo e dá uma passada de olhos pelos jornais do dia.
. É um BBB de povo pobre.
. A tudo vê e ouve o governador do Rio, Sérgio Cabral, que acerta em cheio o diagnóstico: "A culpa é da sociedade". E é. A sociedade que elege gente como o governador Sérgio Cabral ou Lula, não tomou consciência de que tudo o que acontece pode e deve ser resolvido e prevenido pelos governantes que elege a cada dois anos.
. Foram por água abaixo os PACs 1 e 2 e o programa Minha Casa, Minha Vida, como até mesmo o Bolsa Família, que não atacaram os problemas de infraestrutura material e social responsáveis pela tragédia repetida e que se repetirá ad nauseam.
. É só olhar para a Europa Ocidental, para Estados Unidos e Canadá, para o Japão ou Coréia, Nova Zelândia e Austrália, e constatar que o estado de bem-estar social está ao alcance das mãos de cada um, bastando que eleja governantes decididos a melhorar os padrões de vida do conjunto da população brasileira.
. O editor não entende como é que os jornalistas não fazem a sua parte ao buscar as imagens e as falas, enfiando os microfones nas bocas da população humilhada e das autoridades que se escondem nestas horas, com o objetivo de fazer uma única pergunta:- Por que você não está no meio dessa sujeirada toda, encharcando as mãos e decidindo que isto nunca mais voltará a acontecer no Brasil?
. Desta vez, ao contrário do que fez quando conquistou a sede das Olimpíadas de 2014, o governador Sérgio Cabral não verteu uma só lágrima, como também Lula nem de longe.
. Desta vez não mandou ao Rio, fardado de soldadinho de campanha, o seu ministro da Defesa, Nelson Jobim.
3 comentários:
Prezado Políbio
Tanto nos ensinaram que o momento apropriado para curar todos os males é "nas urnas".
Então, acho, o povo se acomodou ou esconde a indignação. Aceita passivamente e resignado todas as desgraças que acontecem.
Espera que, nas urnas, possa tentar eleger um futuro melhor. Só que, do jeito que vai, o futuro fica cada vez pior.
Acho.
HOH-POA
Se fosse em São Paulo, a culpa era exclusivamente de José Serra.
Acho que não é pergunta que cabe, é afirmação: "não pergunte o que o país (ou estado ou cidade) pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo país". Eu complementaria "e por você mesmo". Acho que todos que moram nessas condições sabem bem porque estão lá: não trabalharam o suficiente (não geraram riqueza o suficiente) para poder comprar uma casa decente. Não é função do Estado fazer isso: é função do Estado só impedi-los de construírem casas em terrenos inapropriados para tal. Não é em eleição que vou "ganhar a minha casa" e quem pensa assim, só demonstra o quão subdesenvolvidos nós somos, sempre esperando que o Estado resolva problemas que são nossos. E a partir disso, requerermos uma grande diminuição de impostos cobrados em troco de nada.
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