Lula discursa e faz propaganda política na TV

Artigo - site da Revista Veja - 7 de setembro de 2009
Por Reinaldo Azevedo

Lula falou ontem em rede nacional de rádio e TV. Fez campanha eleitoral desavergonhada. Não se limitou ao nacionalismo de ocasião, com as fantasias do pré-sal. Aproveitou para exaltar as virtudes do seu governo e, de modo nada discreto, insuflar a população contra o Congresso. Eu os convido a ler o que segue.*Os apóstolos do Estado nacional, que espumam de indignação patriótica à simples idéia de privatizar alguma empresa estatal, tornam-se de repente globalistas assanhados quando um poder supranacional vem defender os interesses deles contra os interesses da pátria.
Essa conduta é tão repetida e uniforme que só um perfeito idiota não perceberia nela um padrão, e por trás do padrão uma estratégia. Desde logo, “a pátria” que eles celebram se constitui exclusivamente de estatais, onde têm sua base de operações e de onde dominam não somente uma boa fatia do Estado, mas também os sindicatos de funcionários públicos e seus monumentais fundos de pensão.
Defendendo sua toca com a ferocidade de javalis acuados, desprezam tudo o mais que compõe a noção de “pátria” e não se inibem de colocar-se a serviço de ONGs e governos estrangeiros quando atacam as instituições nacionais, desmoralizam as Forças Armadas, desmembram o território brasileiro em “nações indígenas” independentes, impõem normas à educação de nossas crianças, fomentam conflitos raciais para destruir o senso de unidade nacional e, em suma, arrebentam com tudo o que constitui e define a essência mesma da nacionalidade. Da pátria, só uma coisa lhes interessa: o dinheiro e o poder que lhes vêm das estatais.
Em segundo lugar, o nacionalismo que ostentam é de um tipo peculiar, desde o ponto de vista ideológico. É um nacionalismo seletivo e negativo, que enfatiza menos o apego aos valores nacionais do que a ojeriza ao estrangeiro - e mesmo assim não ao estrangeiro em geral, como seria próprio da xenofobia ordinária, mas a um estrangeiro em particular: o americano.
Assim, por exemplo, não sentem a menor dor na consciência quando, sob o pretexto imbecil de que toda norma gramatical é imposição ideológica das classes dominantes, demolem a língua portuguesa e acabam suprimindo do idioma duas pessoas verbais (mutilação inédita na história lingüística do Ocidente); mas, ante o simples ingresso de palavras inglesas no vocabulário - um processo normal de assimilação que jamais prejudicou idioma nenhum, e que aliás é mais intenso no inglês do que no português -, saltam ao palanque, com os olhos vidrados de cólera, para denunciar o “imperialismo cultural”.
Ser nacionalista, para essa gente, não é amar o que é brasileiro: é apenas odiar o americano um pouco mais do que se odeia o nacional. Mas, para cúmulo de hipocrisia, seu alegado antiamericanismo não os impede de celebrar o intervencionismo ianque quando lhes convém, por exemplo quando ajudam alegremente a desmoralizar a cultura miscigenada que constitui o cerne mesmo do estilo brasileiro de viver e lutam para impor entre nós a política americana das quotas raciais, em consonância com as campanhas milionárias subsidiadas pelas fundações Ford e Rockefeller.
Do mesmo modo, seu antiamericanismo fecha os olhos à entrada de novos códigos morais - feministas e abortistas, por exemplo - improvisados em laboratórios americanos de engenharia social com a finalidade precisa de destruir os obstáculos culturais ao advento da nova civilização globalista.
Redução do nacionalismo à defesa das estatais, substituição do antiamericanismo ao patriotismo positivo, adesão oportunista ao que é americano quando favorece a esquerda: desafio qualquer um a provar que a conduta constante e sistemática da chamada “esquerda nacionalista” não tem sido exatamente essa que aqui descrevo, definida por esses três pontos.
Nunca, na História, houve patriotas a quem se aplicasse tão exatamente, tão literalmente e com tanta justiça a observação de Samuel Johnson, de que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas.
*Gostaram? O título do artigo é “O nacionalismo de esquerda é uma fraude” e foi escrito por Olavo de Carvalho em maio de 2001. Parece-me uma excelente análise da fala de Lula, feita com mais de oito anos de antecedência…

8 comentários:

Anônimo disse...

O último refúgio dos canalhas é o nacionalismo, Lula que o diga. Logo, alguns "nacionalistas" de esquerda estarão malhando este comentário, quando, se fossem honestos intelectualmente, deveriam pelo menos ficar quietos!

Anônimo disse...

O governo deveria falar menos e agir mais......
Deveria olhar para vários movimentos como este: http://www.fiesjusto.com.br
Pois alunos estão pagando 9% ao ano de juros por terem estudado.

Didi disse...

Nada mais detém esta gente. Quem tem o Congresso, Judiciário, MPF, TCU e a chave do cofre pode tudo. Lula não surpreende mais.

Anônimo disse...

SINCERAMENTE ACHEI UMA PALHAÇADA TUDO QUE ELE FALOU.ALIAS NADA COM O 7 DE SETEMBRO, SÓ BOBAGENS E POLITICA DE TERCEIRA CATEGORIA, COMO É DE PRAXE E O QUE SABE FAZER, QUE NOVA INDENPENDENCIA? MAS É MUITO IGNORANTE,POR CAUSA DO PRÉ SAL? MAS É UM BABACA.

Anônimo disse...

esse pseudo jornalista é um direitopata financiado por dantas..até as pedras da calçada da abril sabem disso..só os inocentes úteis ou débeis mentais não se apercebem..

Anônimo disse...

"Quinta-feira, 3 de Setembro de 2009
Escotoma intelectual e insensibilidade moral criminosa

“A mentalidade revolucionária não é um conjunto de crenças, é um sistema de incapacidades adquiridas, que começam com um escotoma intelectual e culminam numa insensibilidade moral criminosa.



É uma doença mental no sentido mais estrito e clínico do termo, correspondente àquilo que o psiquiatra Paul Sérieux descrevia como delírio de interpretação.”





Diário do Comércio, 11 de dezembro de 2008


Autor: Olavo de Carvalho (http://www.olavodecarvalho.org)
Link: http://www.olavodecarvalho.org/semana/081211dc.html "




KIRK

Anônimo disse...

"Quinta-feira, 3 de Setembro de 2009
Escotoma intelectual e insensibilidade moral criminosa

“A mentalidade revolucionária não é um conjunto de crenças, é um sistema de incapacidades adquiridas, que começam com um escotoma intelectual e culminam numa insensibilidade moral criminosa.



É uma doença mental no sentido mais estrito e clínico do termo, correspondente àquilo que o psiquiatra Paul Sérieux descrevia como delírio de interpretação.”





Diário do Comércio, 11 de dezembro de 2008


Autor: Olavo de Carvalho (http://www.olavodecarvalho.org)


Link: http://www.olavodecarvalho.org/semana/081211dc.html "




KIRK

Anônimo disse...

Anônimo das 16:27: já te vacinou contra a raiva ? Vai logo, vai logo !!!

Comecei a assistir. Mas, felizmente, em seguida caí no sono.
rsrsrsrs
Ainda bem...

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