Clipping – Site da Revista Veja – 12 de agosto
O presente mostra que o chefe está feliz com o escroque de estimação
Por Augusto Nunes
Renan Calheiros entrou no saloon da política pela última porta do corredor à esquerda de quem chega: nos anos 70, enquanto cursava a Faculdade de Direito em Maceió, matriculou-se no PCdoB. O rebanho tinha mudado de pastor. Trocara a China pela Albânia, Mao Tsé-tung por Enver Hoxja, o mato pela capoeira. O livro de pensamentos do ditador albanês era tão profundo que as cabras montanhesas daquele grotão europeu poderiam, como a formiguinha de Nelson Rodrigues, atravessá-lo com água pelas canelas. O alagoano de Murici fingiu não saber disso até eleger-se deputado estadual com o apoio da seita.
Quem serve voluntariamente nas galés de um Enver Hoxja embarca em qualquer canoa, confirma a trajetória de Renan. Achou boa ideia atirar no rival Fernando Collor. “É o príncipe herdeiro da corrupcão”, recitou anos a fio. Achou melhor ainda a ideia de aceitar o convite do governador Fernando Collor e assumir a Secretaria da Educação. “Apesar de adversários no passado, sempre fomos amigos”, fantasiou. Amigos nunca haviam sido, mas logo seriam cúmplices. Renan estava no jantar em Pequim em meio ao qual emergiu a ideia que parecia conversa de fim de noite: que tal transformar o homem na cabeceira da mesa em presidente da República? Meses depois, ambos instalados numa esperteza batizada de Partido da Reconstrução Nacional, Collor e o líder da bancada do governo na Câmara dos Deputados subiram juntos a rampa do Planalto.
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