Embora nossa legislação ofereça uma espécie de ferrolho àqueles que possuem mandato, espera-se que muitos ainda venham a ser condenados.
Acostumado a trabalhar no mercado financeiro, com suas lógicas e racionalidades, constantemente tenho dificuldades em compreender os resultados de processos judiciais no Brasil. O aparato de leis que compõem a Justiça brasileira permite que tudo seja judicializado e com altas doses de subjetividade nas decisões, incorporando, por vezes, entendimentos pessoais de quem julga, afastando-se do senso comum que origina as regras.
Nesse sentido, me causou surpresa positiva a qualidade do trabalho da 8ª Turma do TRF4, que confirmou a condenação do ex-presidente Lula. Não vou entrar aqui no mérito do julgamento, mas, sim, na forma como os relatos foram apresentados. Olhando com meu viés financeiro, mais objetivo, chamou atenção o estilo técnico e pontual com que os pronunciamentos foram sendo apresentados; didaticamente conceituaram o que seria uma prova e, na sequência, traziam o fato a ser julgado; se se enquadrava no conceito, era prova e seria considerada; fora do conceito, seria descartada.
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