Se você torturar os dados por tempo suficiente, eles
confessam.
Um economista britânico.
Dentre as diversas razões que levam ao desequilíbrio
orçamentário dos Estados a principal é a despesa com pessoal excessiva,
para o que a lei de responsabilidade fiscal –LRF ( Lei 101/2000)
estabeleceu um limite de 60% da receita corrente líquida (RCL), assim
discriminado:
Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas: 3%;
Judiciário: 6%;
Executivo: 49%
Ministério Público: 2%.
A LRF ,
também em seu art. 2°, inciso IV, definiu receita corrente
líquida (RCL) e, em seu art. 18, despesa com pessoal.
Estabeleu,
ainda, em seu artigo 67, que seria criado um conselho de gestão
fiscal para dirimir as possíveis dúvidas, entre outras atribuições. Como esse
conselho ainda não foi criado, coube aos tribunais de contas
interpretarem a lei, tanto no tocante ao que seja despesa com pessoal,
bem como a RCL.
Se fossem
cumpridas adequadamente as disposições da LRF, o Estado despenderia no
máximo 60% da RCL com pessoal e os 40% restantes seriam suficientes para
atender as demais despesas, restando uma margem para investir, que poderia
chegar a 10%. Mas não foi isso o que aconteceu.
No Estado do
RS, por exemplo, foram excluídos pelo Tribunal de Contas, as pensões por morte,
a despesa com a assistência médica dos servidores, o auxílio funeral, creche,
bolsa de estudos, transporte e refeições (e/ou etapas de a alimentação), e,
principalmente, o Imposto de Renda Retido na Fonte dos Servidores, que foi
excluído também do cálculo da RCL.
Com isso, foi
retirada a eficácia da lei, porque, na prática, acabaram com o limite da
despesa com pessoal.
(...)
Mas por
surpresa e desgoto, li na Zero Hora de hoje, 28/05/2016, na p.10, que a justiça
a suspendeu no tocante aos outros Poderes. Trata-se de uma decisão inconsequente
de quem não tem nenhuma compromissso com o equilíbrio das finanças estaduais,
condição indispensável para o atendimento das necessidades básicas da
população, como o pagamento de um salário adequado ao magistério.
Com isso, o
Estado continuará fazendo déficits sobre déficits, pagando salários miseráveis
para a maioria dos servidores, com as estradas nas piores condições, a sáude
deixando a desejar, a educação deficiente e os presídios que não passam
de masmorras. Nada disso interessa, o que interessa é o atendimento dos
interesses corporativos de certas categorias!
As pessoas que
tomam essas decisões não entendem nada das finanças estaduais ou, se entendem,
ignoram que no Estado há onze milhões de pessoas com enormes carências em todas
as áreas de competência do Estado e que continuarão na mesma situação.
Se isso não
for revisto e revogado, a alternativa que resta é o Salgado Filho e as BRs 101
ou 116. O Rio Grande não terá saída, mesmo sendo a quarta economia,
do País. Que já desceu para a quinta. Uma pena!
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6 comentários:
Políbio,
Déjà vu Grèce .....
Ainda verei no RS:
- Corte linear de 35% nas pensões de TODOS os Poderes;
- Teto nas pensões de 65% sobre o maior salário bruto;
- As medidas vão afetar os já aposentados.
Como isto será feito?? Eu não sei, porém a necessidade vai empurrar o Legislativo neste caminho dentro de alguns "aninhos".
O "juizinho" brincou com 11 milhões de almas.
JulioK
O sr. DARCY Santos já deveria ter partido para bem longe. Sabe a porta da saída, então vá logo embora.
Realmente uma pena, mas, infelizmente, acho que só vai piorar.
A mentalidade é estatizante e elitista.
Eu não não pretendo ficar.
Quero que esses juízes se exploram quando o dinheiro acabar de vez.
"Nada disso interessa, o que interessa é o atendimento dos interesses corporativos de certas categorias!"
Certamente está se referindo as categorias que compõe a PRIMEIRA CLASSE do funcionalismo público.
Já sabem quais são?
A propósito dessa lei, vamos fazer o seguinte: o presidente do legislativo e do judiciário passarão a administrar o poder executivo, em conjunto com o governador eleito, já que o seu poder vai se apropriar de recursos dos demais poderes. Nada mais justo e apropriado, não? Quem sabe assim o executivo não se emende e passe a trabalhar com a eficiência dos demais.
POLIBIO. As lideranças atuais não têm responsabilidade com o futuro. Triste realidade. Carlos Edison Domingues
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