Artigo, Ruy Castro - Um elenco de golpistas.

Os golpistas usam revelações verdadeiras para "engana" o povo.

Já vivi vários golpes de Estado e todos me pegaram de surpresa. Nada demais nisto, nunca participei de qualquer governo, nem podia saber que havia um golpe em curso. O incrível é que esses golpes pegaram de surpresa também os governos que derrubaram. Claro -ou não seriam golpes.

O golpe que vem sendo denunciado pelo governo Dilma é diferente. Dá-se à luz do dia, tramado por 73% da população, que desaprova o dito governo, sob as barbas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, de membros do STF, da Procuradoria Geral, do Ministério Público, da Polícia Federal, da OAB e de outras instituições da República, que nada fazem para impedi-lo, e obedece a um complexo ritual de trâmites, todos com data marcada com meses de antecedência. E, contrariando a natureza dos golpes, em que os golpistas atuam embuçados e na sombra, neste eles vêm à boca de cena e se identificam publicamente.

Na terça última, inúmeras categorias profissionais ocuparam as páginas dos jornais dizendo que gostariam de ver a presidente pelas costas. E se assinaram: fabricantes de sorvete, chocolate, biscoitos, balas, doces e derivados; plantadores de milho, cana e amendoim e produtores de óleos e azeites, leite, soja e macarrão. Sindicatos das indústrias de tintas e vernizes, cerâmicas e olarias, parafusos, porcas, rebites e similares, de artefatos de metais ferrosos e não ferrosos, de curtimento de couros e peles e de extração de mármores, calcários e pedreiras.

Industriais da cerâmica de louça e porcelana, da recauchutagem de pneus e retífica de motores e do beneficiamento de fibras vegetais e descaroçamento de algodão. Alfaiates, gráficos, farmacêuticos, misturadores de adubos, criadores de suínos e controladores de pragas urbanas. Etc. etc. etc.

Nunca se viu um elenco tão variado de golpistas.

6 comentários:

Anônimo disse...

Jornais se preocupam com articulações de Lula. Mas ele não estava “morto”?

FERNANDO BRITO · 04/04/2016

Estadão, ontem, e Folha, hoje, mostram a preocupação do golpismo com as articulações políticas de Lula.

No Estadão, Lula faz de hotel em Brasília ‘QG da crise’; na Folha, Contra impeachment, Lula avança sobre ‘baixo clero’.

Quem é que iria conversar com um debilitado Lula, tratado como “piada” pelo sabido diretor de Redação da Folha?

A não ser os nossos transtornados jornalistas de matilha e a turma da “direita do Facebook” acha que é a oferta de cargos que Lula usa nesta rearticulação de duas fases: evitar o golpe do impeachment e, a seguir, recompor maioria parlamentar e normalizar o governo.

Conversa política, desde que o mundo é mundo, termina frequentemente assim. Mas jamais, salvo com Severinos Cavalcântis, começa assim.

A questão posta a eles é: estes senhores, acostumados a dois, três, quatro, eternos mandatos, o que ganham entrando num torvelinho de caos e instabilidade?

Porque, salvo os parceiros dos apetites aflitos de Cunha, quem é que acredita que Temer vai assumir o Governo e as coisas serenarão?

Derrubar Dilma pode reunir a maioria do Congresso, embora não provavelmente os 342 votos necessários a isso.

E depois?

Os miúdos terão vez, ante a disputa dos graúdos que vão se digladiar pelos nacos do poder?

O centro das decisões nacionais voltará a Brasília ou continuará em Curitiba e em alguns escritórios de luxo?

A “supremacia Cunha” terá forças para obter a anistia e sobreviver?

Político algum e mais ainda os da pequena política gostam de ameaçar com o abismo mas não de se atirar nele. Não são jogadores de uma cartada só, de bola ou búlica.

Este é o argumento que lhes cala.

Depois de interlocutores pífios, como durante anos Dilma teve no parlamento, e de Jaques Wagner, que entrou para ser “um pouco de Lula”, agora é a incontestável autoridade pessoal do ex-presidente que entra como fiador.

O que ele lhes diz é: “Olha, estão jogando o navio nos rochedos e quando ele afunda, todos acabam morrendo”.

Pede ajuda para atravessar a arrebentação e, depois, para reparar a embarcação.

Do outro lado, as manifestações mostraram que não é um fenômeno Collor o que ocorre, que há rua com o Governo, como há contra.

Acordo contra o golpe, Lula garante.

Acordo pró-golpe, quem garante?

Temer, o traidor? Cunha, o réu? Do lado tucano, quem? Aécio, Serra, Alckmin?

Com o frenesi alimentar dos tubarões, os peixes pequenos pensam em si e sabem que as mandíbulas não os pouparão, se necessário.

Foi tarde, indesculpavelmente tardia a entrada em campo de Lula, já atingido pelos pontapés judiciais antes de começar a jogar.

Mas o que temem é que não tenha sido tarde demais.

Anônimo disse...

Os únicos profissionais que ainda apoiam Dilma são os criminosos!

Anônimo disse...

Mas o golpe bolivariano e totalitário do PT já foi denunciado há muito tempo e também vem sendo desenvolvido a luz do dia nas barbas da população, mídia e poderes constituidos, por decreto e às custas de bilhões do erário nacional que financiam a compra e destruição das instituições democráticas!

ESSE FACÍNORA CHAMADO LULA JÁ NÃO DEVERIA ANDAR SOLTO PELO PAÍS, ESSE VAGABUNDO JÁ DEVERIA ESTAR PRESO! A DILMA É SÓ UM MONTE DE MERDA QUE PRECISA SER RETIRADO DA SALA!

Anônimo disse...

LULADRAO PEDIU IMPEACHMENT DE COLLOR, FHC, SARNEY, ITAMAR FRANCO QUER DIZER P ELE NAO ERA GOLPE E NAQUELA EPOCA NEM HAVIA MOTIVO P IMPEACHMENT, PARA ELES NAO ERA GOLPE, AGORA QUE TEM MOTIVOS DE SOBRA E O POVO A QUER FORA ACUSAM DE GOLPE, CINISMO PURO

Anônimo disse...

É, vai ver que os bilhões desperdiçados em Pasadena, a morte de Celso Daniel, o mensalão, o petrolão, a prisão de Delubio, Dirceu, Vaccari, Delcídio, Santana e o outros mais, além da inflação à porta, o triplex, o sítio, o enriquecimento dos lulinhas, os decretos não numerados, ufa!, foi tudo coisa da put@ que me pariu...

Anônimo disse...

Excelente artigo. Foi direto no ponto!

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