Renner prevê segundo semestre mais difícil no Brasil

A varejista de moda Renner espera para a economia um segundo semestre mais difícil que a primeira metade do ano, segundo disse a empresa ao jornal Valor, de quem é a reportagem a seguir.

Os efeitos da deterioração do cenário econômico vão se refletir em alguns indicadores da companhia, como o nível de inadimplência. A empresa, no entanto, disse estar preparada para enfrentar o momento e vai manter o plano de expansão. "O segundo semestre será mais desafiador que o primeiro. Mas é possível racionalizar, simplificar processos, ter mais cuidado com o estoque para fazer frente ao cenário", disse José Galló, presidente da Renner. Ele estima que empresas informais e menos preparadas tendem a sair do mercado nesse período de crise. Com isso, empresas de grande porte podem ampliar sua participação. Citando dados da consultoria McKinsey, Galló disse que as cinco maiores empresas de varejo de moda no país (Renner, C&A, Riachuelo, Marisa e Pernambucanas) respondem por 14% das vendas. "É possível chegar a 20%, ou 22%. A Renner pode aproveitar esse momento de baixa no varejo para ganhar participação de mercado", disse Galó. Ele afirmou que o crescimento da Renner se dará de forma orgânica, com abertura de lojas. Para 2015, a previsão da companhia é abrir 25 lojas Renner, 10 unidades da Camicado e 10 da Youcom. Os investimentos totais da companhia serão de R$ 550 milhões, 10% acima do valor aportado em 2014. Galló descartou a possibilidade de fazer uma aquisição e disse que não há planos no momento para expandir internacionalmente a rede de moda. Em relação ao comércio eletrônico, Galló manteve previsão de que esse canal de vendas representará de 3% a 4% da receita da companhia no prazo de cinco anos. Ele afirmou que considera possível abrir franquias com as redes Camicado e Youcom. "Vai chegar um momento em que a Renner vai precisar fazer franquias. Vejo potencial de expansão acelerada nas duas marcas", disse. Em relação ao segundo trimestre, a Renner informou que manteve no período um bom desempenho, com crescimento em vendas em "mesmas lojas" (unidades abertas há mais de 12 meses) de dois dígitos. "Isso não significa que a empresa vai repetir o desempenho financeiro do primeiro trimestre", ponderou Galló. Laurence Beltrão Gomes, diretor financeiro e de relações com investidores da Renner, disse que espera um aumento nos níveis de inadimplência neste ano, devido à deterioração do cenário macroeconômico. "O nível de inadimplência em 2015 será superior ao nível de 2014, mas ainda deve ficar dentro da média histórica", afirmou. No ano passado, a inadimplência foi de 9,7%. A Renner, dentre as varejistas de moda de capital aberto, é que tem melhor desempenho financeiro. Uma das preocupações que recaem sobre a companhia é a possível aposentadoria de seu presidente em 2017, quando Galló chega aos 65 anos. O presidente do conselho de administração da Renner, Osvaldo Schirmer, disse que a varejista possui mais de uma opção dentro da empresa para substituir Galló, se for necessário. "Temos uma visão muito tranquila para esse fenômeno de transição. Temos mais de uma alternativa dentro da casa para substitui­lo, se for o caso. Mas espero que ele fique muito tempo", disse Schirmer. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Políbio,

O Gallo esta CORRETÍSSIMO.

Eu já venho trabalhando com PIB de -2,0%, mas os números podem ser piores(talvez até -2,4%).

Os cortes de investimentos estão apenas começando a chegar nos RH para as ordens de "demissão em massa" dos funcionários.

JulioK

elias disse...

Segundo semestre?
Ledo engano do renner. O segundo semestre todos nós ainda teremos uma reservinha, um jeito de arrumar um empréstimo com a vó, mãe, dindo.
O ano que vem é que a coisa explode!
E lembrem-se, o seguro desemprego - se não me engano é para poucos e só tres meses!

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