O repórter Rafael Vigna escreve hoje no Jornal do Comércio que o corte de investimentos da Petrobras não surpreendeu os
representantes de entidades ligadas à indústria naval do Rio Grande do Sul, porque a redução dos aportes deve comprometer as novas encomendas, mas em
pouco mudará o atual cenários dos estaleiros da QGI e Ecovix, em Rio Grande, e
do Grupo EBR, em São José do Norte. Hoje em dia, o setor, que já empregou mais
de 23 mil pessoas no Estado, na produção de seis plataformas, em 7 anos, conta
apenas com 8 mil trabalhadores. No entanto, outras nove encomendas (duas delas
com contratos ainda em discussão) somam investimentos iniciais já contratados
no valor de US$ 7,55 bilhões.
O retrato é otimista demais para as circunstâncias, por pelo menos duas razões: 1) Os pesados cortes de investimentos anunciados pela Petrobrás, afetarão, sim, novas contratações. 2) Até agora a Petyrobrás não deixou claro o que fará com as plataformas encomendadas à QGI.
Ao contrário do que sugere a reportagem, os cortes da Petrobrás afetarão, sim, radicalmente, o Pólo Naval de Rio Grande, que terá sobrevida, é certo, escapando desta forma do triste destino do falido Pólo Naval do Jacuí, uma das invencionices do governo Tarso Genro.
O leitor deve ler a reportagem a seguir de Rafael Vigna com óculos bem azeitados e espírito crítico:
Os projetos atuais serão responsáveis, na avaliação de
dirigentes do setor, pela manutenção das atividades em Rio Grande e São José do
Norte por pelo menos mais três anos - período que pode coincidir com a retomada
do fôlego da Petrobras. Essa é a opinião do vice-presidente executivo do
Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Eduardo Krause.
"Ninguém pode dizer que essa situação não era esperada. Por outro lado,
quem se preparou vai enfrentar melhor a crise, que não será tão longa. No caso específico
de Rio Grande e São José do Norte, é claro que será sentido, principalmente no
que tange à mão de obra. Mas o importante é que temos contratos em execução,
diferentemente do que ocorreu em outras duas crises", defende.
A visão é compartilhada pelo coordenador do Comitê de
Competitividade em Petróleo e Gás da Fiergs, Marcus Coester. "O anúncio
fica bastante dentro do que se esperava. A novidade é, justamente, a
reestruturação da Petrobras. Que haveria cortes de investimentos e vendas de
ativos, isso já era esperado. No que se refere ao Rio Grande do Sul, o foco
central da empresa na exploração e produção, mesmo que com cortes, manterá
ativa toda a lógica do processo e de uma rica cadeia produtiva já instalada no
Estado", afirma.
Neste contexto, no município de São José do Norte, a EBR
já teve, pelo menos, oito descargas de barcaças para iniciar a construção dos
módulos da P-74, orçada, inicialmente, em US$ 750 milhões. Aproximadamente 1,5
mil trabalhadores estão em atividade enquanto aguardam a chegada do navio casco
da P-74, prevista para a segunda metade do próximo ano.
2 comentários:
Sem dramas. A maior parte dos trabalhadores veio do nordeste e, como as plataformas são montadas para serem "exportadas" para uma Offshore da Petrobrás, elas são ISENTAS de impostos federais e estaduais. O material utilizado é basicamente aço plano, que vem de Minas Gerais
e, portanto, a "riqueza" ´´e gerada basicamente pelos salários pagos aos funcionários mas com tendo como contrapartida elevados gastos em estrutura urbana, em segurança e em saúde pelo município. Em resumo : Ganham as empreiteiras, perde o país, o estado e o município !
Políbio,
Anônimo 12:10.
Perdem os empresários (micro, pequeno, médio ..) de Rio Grande e Pelotas que forneciam inúmeros insumos e serviços a estes 23.000 operários e empresas.
Além do mais, parte dos salários ficavam nas cidades.
Diversos empresários fizeram grandes investimentos em veículos, hoteis, flats e infraestrutura pensando no longo prazo e deram com os "burros n´agua".
É uma nova Guaíba(FORD) em grande escala.
Coincidência entre Guaíba e Rio Grande: PT no Governo!!!
JulioK
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