O desemprego e o arrocho salarial vão pegar para valer, muito pior do que os 7,9% de agora. Isto quer dizer que cenas como as do lado serão comuns.
O colunista Rolf Kuntz, escreveu neste domingo no jornal O Estado de S. Paulo que as coisas vão piorar, disso ninguém duvida, e os brasileiros já vão
mal antes de começar o arrocho para valer. O desemprego chegou a 7,9% no
primeiro trimestre, embora a austeridade nas contas públicas, nesta altura,
seja pouco mais que uma promessa. Com a indústria em crise e o empresariado à
beira do pânico, a economia nacional entra muito fraca na fase do aperto.
Leia toda a análise:
O
pacote inicial do ajuste continua no Congresso, foi amaciado e deverá render
menos que os R$ 18 bilhões estimados inicialmente. Os primeiros cortes no
Orçamento ainda serão anunciados. O governo terá de agir com mão pesada, nos
próximos meses, se quiser mesmo entregar o resultado fiscal prometido - um
superávit primário de R$ 66,3 bilhões para pagar juros da dívida pública. A
crise do Tesouro é evidente e por enquanto se manifesta em sinais esparsos,
como a limitação de verba para o financiamento a estudantes. Mas a terapia
pesada está só no horizonte e tentar adiá-la jogaria o País num buraco muito
mais fundo.
Quem garante, nesta altura, a execução do programa de
ajuste? Os negociadores inicialmente escalados pela presidente, seus petistas
de confiança, foram afastados por indisfarçável inépcia para a função. Passaram
a negociar em nome do governo o vice-presidente, Michel Temer, e o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy.
Acuada e incapaz de se defender, a presidente Dilma
Rousseff cumpre a rotina funcional de forma limitada e discreta. Não demonstra
disposição para enfrentar os panelaços nem para cobrar apoio de seu partido.
Petistas votaram a favor da Medida Provisória 665, na Câmara, porque foram
enquadrados pela liderança do PMDB. Os principais temores e esperanças do
governo são hoje representados por figuras peemedebistas, especialmente pelos
presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, e pelo
vice-presidente da República.
O aliado mais importante converteu-se na verdadeira base
do governo, porque os líderes do PT se negaram, até agora, a suportar o custo
político da reparação dos danos causados na última fase da gestão petista.
Enquanto o ministro da Fazenda busca apoio ao seu
programa e o vice-presidente se consolida como a imagem política do Executivo,
a economia afunda no atoleiro. A inflação oficial diminuiu de 1,32% em março
para 0,71% em abril, mas o cenário dos preços continua aterrador. A inflação
chegou a 4,56% em quatro meses, superando a meta oficial para todo o ano, 4,5%.
A alta de preços acumulada em 12 meses chegou a 8,17%. Se a taxa mensal de 0,71%
se repetir até dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá
10,65% neste ano.
A combinação de inflação elevada com desemprego imporá
aos trabalhadores um sacrifício desconhecido há vários anos. O desemprego
continuará a aumentar se a indústria permanecer em crise. A produção industrial
diminuiu 0,8% de fevereiro para março. No primeiro trimestre foi 5,9% menor que
a de um ano antes. Na comparação de dois períodos consecutivos de 12 meses a
queda foi de 4,7%.
Não haverá recuperação segura sem maiores investimentos,
mas isso parece, por enquanto, fora da agenda. Nos 12 meses até março a
produção de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, foi 13,8%
inferior à dos 12 meses anteriores. De janeiro a abril a importação de bens de capital
foi 12,3% menor que a dos meses correspondentes de 2014. A redução de compras
de máquinas e equipamentos ocorre há mais de um ano. Não se tem cuidado da
ampliação nem da modernização da capacidade produtiva. Isso significa perda de
eficiência e de poder de competição.
Com os erros acumulados nos últimos quatro ou cinco anos,
o governo montou um conjunto de bombas interligadas. A gastança, os benefícios
fiscais mal concebidos e a estagnação econômica - prova do fracasso de todos os
truques - arrasaram as contas públicas. O déficit fiscal, incluído o gasto com
juros, chegou a 7,8% do produto interno bruto (PIB), um dos piores resultados
do mundo. A gastança, o populismo e o crescente descompasso entre a demanda
interna e a capacidade produtiva provocaram uma inflação muito acima dos níveis
observados nos países desenvolvidos e emergentes. O enfraquecimento da
indústria derrubou a exportação de produtos manufaturados. O País tornou-se
ainda mais dependente das vendas de bens primários e, portanto, do crescimento
da China, hoje sujeito a uma política de ajustes internos.
Com a inflação disparada, o Banco Central tem sido
forçado a elevar os juros básicos da economia. A taxa passou a 13,25% no fim do
mês passado e provavelmente voltará a subir nos próximos meses. Isso aumentará
os custos financeiros de um Tesouro muito endividado e ao mesmo tempo
dificultará a reativação dos negócios, especialmente da atividade industrial.
Com os negócios em marcha mais lenta, a receita tributária será prejudicada e o
ajuste das contas públicas ficará mais difícil. O quadro poderá melhorar nos
próximos meses se o governo retomar as concessões de infraestrutura e de
exploração do petróleo com eficiência maior que a exibida nos últimos anos. Mas
isso também dependerá de maior realismo quanto às condições de negociação.
Obviamente a Petrobrás será incapaz de manter os padrões de participação
observados nos últimos anos. Nada disso ocorrerá, é claro, sem aumento da
confiança dos investidores no governo e nas possibilidades da economia
brasileira.
Na sua fantasia, a presidente Dilma Rousseff continua
incapaz de admitir ou, talvez, até de entender os próprios erros. Falando a
sindicalistas antes da festa de 1.º de Maio, ela atribuiu os males do País à
crise internacional e a “anos contínuos de seca no Brasil”. Houve seca em
algumas áreas, mas desde 2004-2005 a produção de grãos e oleaginosas só
diminuiu na safra 2008-2009. Em todos esses anos o agronegócio foi de longe o
setor mais dinâmico. A indústria foi muito mais vulnerável às bobagens de um
dos governos mais incompetentes da História nacional.
6 comentários:
POLIBIO. NÃO SÓ A PETROBRAS, mas o BRASIL ESTÁ A VENDA? Vem ai a CHINA E O COMUNISMO INTERNACIONAL COMPRAR O BRASIL POR 50 BILHÕES? - A CHINA está oferecendo 50 BILHÕES DE DÓLARES DE EMPRESTIMOS para tampar o rombo da CAIXA ECONOMICA FEDERAL e pra pagar o Bolsa Familia dos miseráveis militantes que estão morrendo a mingua. Como se sabe, a Caixa é a Unica que está garantindo o pagamento das Bolsas Familias do PT...O Minha Casa Minha vida já está no vermelho pois o Governo não tem dinheiro pra bancar o grande mote da propaganda petista...
Enfim, está se consumando o projeto de sabotagem comunista iniciado pelo PT. A Petrobrás, a Caixa e o Sistema Eletrobrás serão leiloados para os chineses em troca de bananas, pois se o dolar chegar a 5,00 reais, entregaremos quase de graça nossas grandes e valiossimas empresas. Aguarde e verás...
QUALQUER colunista deve saber que FALAR de DILMA é o mesmo do que falar do NADA. DILMA não existe, "é um poste" para qualquer um mixar nele.
Políbio,
Concordo em gênero, número e grau!!
JulioK
A presidanta deveria ir ao supermercado e ver as pessoas de olho na tela e o que poderia ser deixado de lado pois o dinheiro ou o saldo do cartão não daria para tudo.
É humilhante para as pessoas verem seu dinheiro perdendo valor e sobrando para fundos partidarios.
p r e p a r a, que agora tá apenas começando a desbancada da economia, mesmo que você empresário pense em ir gerar riqueza, pagando em dias os salários... (tudo isso ao ritmo da Anita). quac, quac, quac... que tristeza.
É muito triste e lamentável que a mente do brasileiro comum ãche que todas as cagadas que o Governo faz são praticadas inocentemente, por incompetencia ou erros de gestão. Mal desconfiam que é um Plano de Sabotagem muito bem engendrado por gente muito capaz a ponto de explodir um avião com o PROVÁVEL CANDIDATO A PRESIDENCIA DA REPÚBLICA E INOCENTEMENTE NINGUÉM DESCONFIA QUE SEJA PREMEDITADO...
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