* O autor é editor, redator e empresário. O artigo foi publicado originalmente no jornal Zero Hora deste sábado. Mateus fez o contraditório na reunião pública aparelhada pela deputada Manuela D'Ávila, quarta-feira, interrompida intempestivamente por ela quando foi contrariada.-
Sou contrário à iniciativa governamental do Humaniza
Redes porque ainda há judiciário e polícia neste país e porque me recuso a
ouvir o que se pode ou não dizer de um governo que vem quebrando nossa
economia, negligenciando a segurança e estimulando tensões sociais.
À exceção de psicopatas, ninguém é a favor da
disseminação do ódio. Qualquer pessoa em sã consciência procura evitar atitudes
odiosas; na pior das hipóteses, quando incorre em postura extremada, sente-se
mal após o ato de raiva. Mas quem defende o Humaniza Redes diz que seus
opositores são a favor do ódio. Ora, isso sim é odioso! E malicioso. Equivale a
fundar o Partido do Amor e dizer que quem não lhe der seu voto não tem amor no
coração. A crítica à ação estatal de controle do que se fala na internet vai
muito além desse maniqueísmo maldoso, do “nós, o bem, os humanistas” contra
“eles, os que odeiam”.
Em qualquer democracia sadia, a polícia investiga e o
Judiciário julga, com base em códigos formulados e estabelecidos conforme a
tradição e os valores locais. Não é papel de governo algum pautar o que a
população pode falar e julgar o que for dito _ isso é próprio de ditaduras. E
se isso não é recomendável a nenhuma administração pública, que dizer de uma
gestão que, antes de querer regrar algo, deve muitas explicações à população? É
do governo do “Mensalão” e do “Petrolão” que ouviremos o que é certo ou errado?
Num país em que quase 60 mil pessoas são assassinadas por
ano, é uma afronta ao povo a mobilização de recursos públicos para, com tons
humanitaristas, dourar a pílula da censura. Foi o que tentei dizer no
“plenarinho” da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (20/5), no
lançamento do Humaniza Redes RS. O evento foi organizado pela deputada estadual
Manuela D’Ávila, do Partido Comunista do Brasil _ que, há alguns meses,
publicou manifesto em defesa da ditadura da Coreia do Norte, país em que
imperam o medo e a miséria; e onde “liberdade” é, se muito, apenas uma palavra
no dicionário.
Opor-se ao controle da linguagem por parte de mensaleiros
e amigos de ditadores não é ódio _ é autodefesa.
2 comentários:
Muito provavelmente, o dicionário ofifial da Coreia do Norte não tem esta palavra: liberdade.
O tal humaniza redes é uma tentativa pueril do governo de parecer equilibrado e sincero.
Não do governo, mas da candidata a prefeita de POA, que quer fazer média com a esquerda, depois de ter apoiado Ana Amélia...
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