Leia a entrevista a seguir a consistente entrevista com Marcus Coester, coordenador do comitê de Petróleo e Gás da Fiergs. Marcus é diretor da Coester, RS, e foi presidente da AGDI.
A política de conteúdo local levou diversas empresas voltadas para o
mercado de óleo e gás para o Rio Grande do Sul, e este ponto é uma das
principais bandeiras da federação, que defende a manutenção da política. Para
atender aos planos da Petrobrás, toda uma estrutura foi montada no entorno dos
estaleiros instalados na região Sul, desde restaurantes e hotéis para os
trabalhadores, até pequenos e médios fornecedores de serviços. O pré-sal serviu
para alavancar ainda mais o potencial da região, mas a paralisação de diversos
projetos por conta da Operação Lava-Jato pode se tornar um grande problema para
as empresas que foram para lá. Demissões em estaleiros já são recorrentes,
mesmo com projetos ainda sendo desenvolvidos. Se nos próximos dois ou três anos
não surgirem novos projetos, a situação será realmente preocupante, avalia
o coordenador do comitê de P&G da Fiergs, Marcus Coester. O desenvolvimento
do campo de Libra é cercado de expectativas, já que com ele vem junto a
esperança de novos processos licitatórios, mas Coester diz que ainda estão
avaliando as perspectivas.
Como a Fiergs avalia o atual momento do setor de
óleo e gás?
Dentro de um panorama de longo prazo, a importância
mundial do petróleo vai continuar muito grande, sendo o centro da matriz
energética mundial por pelo menos mais 30 anos. Nesse cenário, o Brasil está em
uma posição favorável, sendo estratégico o pré-sal. Esta crise que estamos
vivenciando tem prazo limitado. A situação, no momento, é grave, mas partimos
do princípio de que a Petrobrás já começou a arrumar a casa.
Qual a maior preocupação da Fiergs com o momento
vivido?
Temos uma preocupação política muito grande com a questão
do conteúdo local. Esta política vem sendo construída há muito tempo, e a
Petrobrás já a praticava, de uma forma ou de outra, antes mesmo do governo
Lula, que passou a sistematizar e sincronizar a questão. Com o pré-sal, foi
aberto um potencial extraordinário, que acabou se desvirtuando por conta da
corrupção da Operação Lava-Jato. Seguimos acreditando na política do
conteúdo local, mas esperamos que continue sendo aprimorada pelo Governo
Federal e pela ANP, não podendo ser uma decisão empresarial da Petrobrás.
Quem mais tem sofrido com a retirada de projetos do país?
Temos visto diversas empresas que não estão envolvidas em
casos de corrupção sendo punidas. Nós pedimos respeito aos que investiram e
acreditaram nesse potencial. São empresas de toda a cadeia de óleo e gás, desde
multinacionais até pequenas empresas que dependem desse negócio. Não é
aceitável que empresas sejam punidas por problemas exteriores a ela.
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