FIERGS DEFENDE CONTEÚDO LOCAL E RESSALTA NECESSIDADE DE NOVAS ENCOMENDAS PARA ESTALEIROS DO SUL

Nesta reportagem para Petronotícias, site especializado na área de petróleo, óleo e gás, o repórter Bruno Viggiano conta que o curto prazo ainda não preocupa tanto à Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), embora o sinal amarelo já esteja aceso com a falta de novos projetos para o setor naval gaúcho. 

Leia a entrevista a seguir a consistente entrevista com Marcus Coester, coordenador do comitê de Petróleo e Gás da Fiergs. Marcus é diretor da Coester, RS, e foi presidente da AGDI.

A política de conteúdo local levou diversas empresas voltadas para o mercado de óleo e gás para o Rio Grande do Sul, e este ponto é uma das principais bandeiras da federação, que defende a manutenção da política. Para atender aos planos da Petrobrás, toda uma estrutura foi montada no entorno dos estaleiros instalados na região Sul, desde restaurantes e hotéis para os trabalhadores, até pequenos e médios fornecedores de serviços. O pré-sal serviu para alavancar ainda mais o potencial da região, mas a paralisação de diversos projetos por conta da Operação Lava-Jato pode se tornar um grande problema para as empresas que foram para lá. Demissões em estaleiros já são recorrentes, mesmo com projetos ainda sendo desenvolvidos. Se nos próximos dois ou três anos não surgirem novos projetos, a situação será realmente preocupante, avalia o coordenador do comitê de P&G da Fiergs, Marcus Coester. O desenvolvimento do campo de Libra é cercado de expectativas, já que com ele vem junto a esperança de novos processos licitatórios, mas Coester diz que ainda estão avaliando as perspectivas.

Como a Fiergs avalia o atual momento do setor de óleo e gás?
Dentro de um panorama de longo prazo, a importância mundial do petróleo vai continuar muito grande, sendo o centro da matriz energética mundial por pelo menos mais 30 anos. Nesse cenário, o Brasil está em uma posição favorável, sendo estratégico o pré-sal. Esta crise que estamos vivenciando tem prazo limitado. A situação, no momento, é grave, mas partimos do princípio de que a Petrobrás já começou a arrumar a casa.
Qual a maior preocupação da Fiergs com o momento vivido?
Temos uma preocupação política muito grande com a questão do conteúdo local. Esta política vem sendo construída há muito tempo, e a Petrobrás já a praticava, de uma forma ou de outra, antes mesmo do governo Lula, que passou a sistematizar e sincronizar a questão. Com o pré-sal, foi aberto um potencial extraordinário, que acabou se desvirtuando por conta da corrupção da Operação Lava-Jato. Seguimos acreditando na política do conteúdo local, mas esperamos que continue sendo aprimorada pelo Governo Federal e pela ANP, não podendo ser uma decisão empresarial da Petrobrás.
Quem mais tem sofrido com a retirada de projetos do país?

Temos visto diversas empresas que não estão envolvidas em casos de corrupção sendo punidas. Nós pedimos respeito aos que investiram e acreditaram nesse potencial. São empresas de toda a cadeia de óleo e gás, desde multinacionais até pequenas empresas que dependem desse negócio. Não é aceitável que empresas sejam punidas por problemas exteriores a ela.

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