Ricardo Pessoa é o chefe do clube das empreiteiras. A
alcunha lhe foi dada por um delator: o executivo Augusto Mendonça, da Toyo
Setal, que, coincidência ou não, é um concorrente da UTC que, ao acusar seu
rival, conquistou a liberdade.
"Chefe do clube" foi um apelido que serviu à
tese da criação do cartel, como se uma empreiteira de porte médio pudesse
chefiar empresas muito maiores, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade
Gutierrez.
Pela mídia, Ricardo Pessoa já foi condenado. Ele representa
a esperança de setores da oposição para que se alcance aquele que parece ser o
objetivo político da Operação Lava Jato: recolher elementos para subsidiar um
eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff e inviabilizar a volta do
ex-presidente Lula, em 2018.
O que se busca nessa eventual delação é muito simples: a
confissão de um empreiteiro, que diga que as doações legais foram
"propina".Um crime.
O que é a UTC
Na semana passada, Ricardo Pessoa teve sua prisão
preventiva prorrogada pelo juiz Sergio Moro. O motivo foi a tentativa de
interferência política no processo, decorrente do encontro entre o ministro da
Justiça e o advogado Sergio Renault, sócio de um escritório de advocacia que
atua para a UTC.
Tratado como bandido de alta periculosidade, ele
conseguiu feitos notáveis para sua empresa nos últimos anos. No fim do ano
passado, a UTC foi eleita, pelo Valor Econômico, como a melhor empresa na gestão
de pessoas, pelo oitavo ano consecutivo, na categoria de 8 mil a 16 mil
funcionários.
No Ranking da Engenharia Brasileira, foi apontada como a
melhor empresa do País em "Construção Mecânica e Elétrica". Além
disso, concessionário do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), Pessoa
conduziu o processo de duplicação do terminal, que foi apontado pelos
passageiros como o melhor do Brasil. Outra conquista recente foi a compra da
Constran, que pertenceu ao lendário empreiteiro Olacyr de Moraes.
Encarcerado em Curitiba, Pessoa é hoje um homem
fragilizado. Ele vê tudo o que construiu nos últimos anos sob ameaça de
desmoronamento. Na semana passada, na primeira denúncia do Ministério Público
contra as empreiteiras investigadas na Lava Jato, em que se pede uma
indenização de R$ 4,47 bilhões, a UTC Engenharia, justamente a empresa do
"chefe do clube", ficou de fora. Talvez, num sinal para que Pessoa se
renda e faça a tão ansiada delação premiada .
Se Pessoa irá se render ou não às pressões da
força-tarefa da Lava Jato ou da revista Veja, que o ameaça antecipando uma
sentença de prisão de 180 anos, só o tempo dirá.
5 comentários:
e ai, Pessoa...
vai aceitar ficar conhecido como o "chefe do clube dos corruptos"?
abre o bico ai, meu chapa...
enquanto seguras uma cana, O Chefe mesmo, aquele de verdade, deve estar degustando aquele cordeirinho assado que ele tanto gosta...
Mas que barbaridade tchê! Coação e confissão sob tortura. Mais parece a Santa Inquisição, diria Torquemada se fosse vivo. Esse processo da Lava-Jato corre sério risco de anulação em Instâncias Superiores do Judiciário.
Senhor Anônimo ...
Não estou vendo coação nenhuma, e sim, instrumento para evitar que o elemento impeça a investigação.
Pelo contrário, está faltando muita gente na cadeia, de forma a evitar o aprofundamento das investigações.
Uma coisa é certa: esse cidadão vai acabar preso ... e Lulla e companhia, soltinhos e concorrendo a novo mandato.
Hora de falar o que sabe ...
O Anônimo das 19:54 ou trabalha na Petrobras ou é um PeTralha.
O elemento 19:54 está cheirando a
alguém que continua sentado no colo do Gaieski e não quer mais sair de lá, nem para falar.
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