Projeto de renúncia fiscal de R$ 25 mi para ajudar o Inter na Copa pode ser um jogo de cartas marcadas

O projeto desmente pelo menos duas declarações desta semana, ambas feitas pelo governador Tarso Genro, pela ordem: 1) Não acho apropriado botar dinheiro público na Copa. 2) Meu governo não trabalha com renúncia fiscal. Tarso vinha tendo tanta cautela com os eventos relacionados com a Copa que nunca quis sequer aparecer ao lado de ninguém da Fifa. Na segunda, mandou seu vice, Beto Grill, receber Jérôme Volcke e até jantar com ele, embora estivesse em Porto Alegre. Surpreendentemente, resolveu bancar sozinho todas as estruturas temporárias que serão instaladas no Beira Rio. A oposição está desconfiadíssima. Existem rumores de que alguns grupos empresariais já foram previamente escalados para usar 100% das renúncias fiscais em favor dos seus negócios. Um deles seria o grupo Gerdau, mas existem também interessados nas áreas de bebida e tele.   

No início da noite de quarta-feira, representantes do governo do Estado atravessaram a rua e foram até a Assembleia Legislativa levar o projeto de lei 17 /2014, que prevê a arrecadação de R$ 25 milhões junto à iniciativa privada. É o que conta o repórter Fabrício Falkowski na edição de hoje do Correio doPovo. leia tudo. Em troca do projeto de renúncia fiscal assinado por Tarso Genro,  as empresas poderão descontar 100do valor no ICMS devido ao Estado. uma solução para o impasse que envolve as estruturas temporárias. Reuniões se seguiram (prefeitura, governo estadual e Inter) até que uma proposta de solução, que envolve renúncia fiscal e, portanto, dinheiro público, foi encontrada. 

. O projeto deve tramitar em regime de urgência na Assembleia. Ou seja, teoricamente precisa ser votado em até 30 dias. O governo, no entanto, pressiona para haver um acordo de líderes para agilizar a apreciação dele. A expectativa é que ele seja votado — e aprovado — até meados da próxima semana. Mas deputados da oposição prometem ser “meticulosos” na análise do projeto enviado pelo governo. 

. Em todo caso, a aprovação dessa matéria não soluciona o problema. Depois disso, integrantes dos governos municipal e estadual saem em busca dos patrocinadores. 

 Os R$ 25 milhões que a lei permite a captação não serão suficientes para erguer as estruturas temporárias ao redor do estádio. O restante, que deverá custar cerca de R$ 5 milhões, será bancado pela Prefeitura de Porto Alegre. Porém, os investimentos só serão realizados em equipamentos que possam ser utilizados em outros eventos no futuro. Ou seja, que fiquem de legado da Copa do Mundo. A lista dos equipamentos será elaborada nos próximos dias.

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