Tarso tergiversa sobre responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Leia o que diz o capitão dos bombeiros do Paraná.

CLIQUE AQUI para examinar este video. Trata-se de uma reportagem feita na boate Kiss, 2010. Na altura dos 5min30s, você ouvirá um dos proprietários contar como foi a reforma que acabou de fazer na boate. Quem autorizou espuma no teto e tudo o que não foi feito sobre segurança.

Enquanto no RS o  governador Tarso Genro tergiversa e diz que é preciso revisar/instituir leis municipais, o fato é que a lei estadual que não é cumprida, mas flexibilizada. O governador saca o revólver e atira para todo lado, com ênfase para os dois principais culpados, os donos da boate e a banda que deu origem ao show pirotécnico, mas esquece o papel que jogou em todo o episódio o seu Corpo de Bombeiros. Como o comando dos bombeiros do RS não vai fundo, limitando-se a declarações de ofício, a ideia da BBC Brasil foi ouvir o capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná, Ivan Fernandes, que bateu nos dois pontos centrais, desobedecidos totalmente em Santa Maria. Os comandantes da Brigada e do Corpo de Bombeiros pouco falam.  Será porque eles optaram por "flexibilizar" os Planos de Prevenção (PPCI)? O fato é que eles flexibilizaram os chamados PPCI em todo o Estado, menos em Porto Alegre. Sobre isto o governo não fala.  

Leia a nota:

A pedido da BBC Brasil, a avaliação feita por Ivan Ricardo Fernandes, engenheiro civil e capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná, indica que a casa noturna não cumpria normas técnicas básicas de segurança contra incêndios, como capacidade de lotação e número suficiente de saídas de emergência.Mais:

1) Superlotação -  Com apenas 650 metros quadrados de área, o limite máximo de público, de acordo com normas técnicas, não poderia ultrapassar 1,3 mil pessoas."As regras (de segurança contra incêndio) mudam de acordo com a ocupação, altura e características construtivas do estabelecimento", explica Fernandes. A diretriz da normativa é dada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)", acrescenta.

2) Saídas de emergência - Além disso, considerando os mesmos padrões exigidos pela ABNT, a largura total das saídas da boate Kiss deveria ter, pelo menos, 7 metros.

Segundo testemunhas, entretanto, só havia uma porta de 2 metros de largura, que servia de entrada e saída do público. Para um estabelecimento com uma única saída de 2 metros, por exemplo, a capacidade máxima seria de 400 pessoas. Mesmo assim, lembra o especialista, "por ser uma casa noturna", a boate Kiss deveria ter, pelo menos, "duas saídas de emergência".Ainda com base nas normas da ABNT, estima Fernandes, a distância máxima a ser percorrida de qualquer lugar do estabelecimento até a saída não poderia exceder 30 metros.