Jobim propõe conter a criminalidade através do uso intensivo das Forças Armadas

Acompanhando Dilma Rousseff na visita que ela fez nesta segunda à Argentina, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu o uso das Forças Armadas na segurança pública. Seu colega argentino repeliu a proposta na mesma hora. Nelson Jobim confessa o total fracasso de alguns governos estaduais na contenção dos crimes, mas não propõe mudanças institucionais de fundo para melhorar o desempenho das polícias civis e militares. O uso das Forçar Armadas para melhorar o desempenho da segurança pública, como também da Polícia Federal, pode começar pelo reforço dos pontos de entrada nas fronteiras terrestres e marítimas, onde o tráfico de drogas e armas corre solto, alimentando a criminalidade nas cidades.

La Nacion, 01) "Devemos discutir o uso das Forças Armadas na segurança pública". Com esta frase, que ninguém esperava, o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, sacudiu o encontro fechado aos meios de comunicação, que compartilharam os ministros do Brasil e da Argentina, enquanto as presidentes Kirchner e Rousseff se reuniam a parte. 2). O tema não estava na agenda e se tratou só de uma proposta, mas a oferta não foi bem recebida pelo lado argentino. Jobim aproveitou a reunião para destacar o operativo policial com apoio do Exército nas favelas do Rio no final do governo Lula. E não só elogiou aquela operação armada como instou a Argentina a aplicar uma política similar no país. 3. A palavra foi cedida ao ministro argentino da Defesa, Arturo Puricelli, que rápido de reflexos, apelou a uma resposta politicamente correta para descartar a proposta brasileira. "Não temos possibilidades de usar as FFAAs, porque teríamos que mudar a lei", cortou o ministro antes de abrir o debate.