As notas sobre o conflito no Oriente Médio são a manifestação clara de opção ideológica em detrimento dos interesses nacionais permanentes (veja o quadro ao lado). Ao Brasil, que almeja legitimamente aumentar seu protagonismo internacional, interessaria não o engajamento ao lado de um dos contendores, mas a mais notória neutralidade nas complexas disputas do Oriente Médio. O comprometimento do Itamaraty é ainda mais evidente nos temas latino-americanos. As notas defenderam manobras liberticidas dos governos esquerdistas da Bolívia, da Venezuela e de Cuba, mas condenaram a deposição do presidente hondurenho Manuel Zelaya. Como ficou claro no episódio, Zelaya decidiu rasgar a Constituição de seu país para, com o apoio de Hugo Chávez, dar um golpe. "O episódio de Honduras confirmou um fenômeno preocupante: as posições do Itamaraty e de Chávez na política regional coincidem quase sempre", diz José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, no Rio de Janeiro. Clipping
Bandeiras ideológicas
Revista Veja - 6 de fevereiro de 2010
Na Venezuela, há quarenta cidadãos presos apenas por discordar de Hugo Chávez. Um deles é Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa, que rompeu com Chávez por se opor aos planos do tirano de se perpetuar no poder. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil nunca emitiu uma única nota de repúdio à prisão de Baduel. Desde que Lula assumiu a Presidência, há sete anos, o Itamaraty mantém silêncio a respeito das medidas autoritárias na Venezuela. Outros países recebem um tratamento diferente. A diplomacia brasileira, por exemplo, divulgou três notas criticando a repressão política em Mianmar, na Ásia, duas delas contra a prisão domiciliar da vencedora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.
Bandeiras ideológicas
Revista Veja - 6 de fevereiro de 2010
Na Venezuela, há quarenta cidadãos presos apenas por discordar de Hugo Chávez. Um deles é Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa, que rompeu com Chávez por se opor aos planos do tirano de se perpetuar no poder. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil nunca emitiu uma única nota de repúdio à prisão de Baduel. Desde que Lula assumiu a Presidência, há sete anos, o Itamaraty mantém silêncio a respeito das medidas autoritárias na Venezuela. Outros países recebem um tratamento diferente. A diplomacia brasileira, por exemplo, divulgou três notas criticando a repressão política em Mianmar, na Ásia, duas delas contra a prisão domiciliar da vencedora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.
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Um comentário:
Obrigado pelo elogio ao não publicar meu comentário. Que pena! Como teu leitor (e consumidor - já que encaro o teu blog como um produto) sempre esperei que teu trabalho, assim como o de qualquer bom jornalisata, deveria ser pautado pela isonomia, principalmente porque exerces o papel de "analista" da nossa realidade política. Respeito o teu direito a tomar partido, mas exijo o dever de isenção como formador de opinião. Ao colocar pra baixo do tapete uma opinião com aqual tens vergonha em concordar está te colocando no mesmo nível daqueles que desejam a unicidade de pensamento. Seja de que viés for. Verdades são para ser ditas. Doa aquem doer. Muitas delas fui obrigado a concordar lendo o que escreves. Por favor, quando vais aprender que Democracia e Economia de Mercado se faz respeitando divergências e consumidores? Ou o teu discurso é da boca pra fora? Que graça tem escrever para meia dúzia de focas amestradas? Eu e tu sabemos o que fizeste no verão de 2010. Um abraço a todos aí em Bombinhas.
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