Marcelo Cavalcanti: um cadáver insepulto que clama por justiça

O editor desta página quer reabrir o caso do assassinato do ex-representante do governo do RS em Brasília, Marcelo Cavalcanti. "Não foi suidício", disse ao editor o irmão de Marcelo, Marcos. A ex-mulher, Magda Koenigkan, também não acredita em suicídio.

. A versão "comprada" pela polícia e pela mídia é de que Marcelo Cavalcanti, angustiado por não querer contar ao Ministério Público Federal o que "saberia" sobre a campanha de Yeda Crusius, teria se matado, jogando-se do alto da ponte do Lago Paranoá, numa tarde quente. A primeira perícia não comprovou que Marcelo morreu afogado. Uma nova perícia foi feita, mas nunca se soube dos resultados. O caso continua cozinhando na 10a. Delegacia de Polícia de Brasília.

. O irmão de Marcelo, que tem suspeitas de que o crime é político e não tem nada a ver com o governo do RS, até pelo contrário, não consegue ser ouvido por ninguém.

. Vários delegados e promotores passaram pelo caso, que nunca saiu da 10ª Delegacia. Um caso dessa envergadura deveria ter ido para alguma delegacia especializada. Estranhamente Marcos Cavalcante não consegue ser ouvido pelos que estão presidindo o inquérito. Ninguém quer saber de sua verdade inconveniente. Nem mesmo os órgãos de mídia se prontificaram a entrevistá-lo e a ouvir seus argumento e ver os seus papéis, a relatar a sua história.

. Nesta sexta-feira, no seu blog, Nivaldo Cordeiro, de São Paulo, que acaba de conversar com Marcos e Magda, escreveu: "Um corpo boiando nas águas plácidas do Paranoá sugere automaticamente que não poderia ter sido suicídio. Toda a gente fala que “suicidaram-no”. É isso que Marcos Cavalcante me disse com todas as letras. É isso que a viúva de Marcelo, Magda Koenigkan, uma mulher bela e fotogênica, também me disse ao telefone. (Falarei dela nos próximos artigos). Diante de mim esteve Marcos Cavalcante, em um bar da Capital Federal. Marcos é um homem na faixa dos trinta anos, visivelmente angustiado e amedrontado. Uma pessoa simples, sócio de pequenas lanchonetes, atividade que lhe garante a sobrevivência. Com ele uma pilha de papéis sobre o irmão falecido. Como se eu fosse um promotor público narrou para mim, por mais de três horas, os detalhes do caso inusitado do seu irmão. Os detalhes dariam material para um romance policial do estilo de Truman Capote (A Sangue Frio). Perguntei: “Qual o seu interesse, Marcos?” Respondeu: “A verdade”.

. No seu blog, Nivaldo Cordeiro relembra os casos do ex-prefeito Celso Daniel e Toninho de Campinas, mas há mais. No RS, há o caso não esclarecido do assassinato de Milton Kruger, testemunha-chave do ex-tesoureiro da DS, Paulo Salazar, mas também os atentados contra líderes tucanos de Estância Velha, todos idenificados, presos e condenados. No texto que pode ser lido no blog http://www.nivaldocordeiro.net/, existem referências ao papel que jogaram na crise política deste ano os srs. Lair Ferst, Paulo Feijó e Luciana Genro.