Às voltas com uma gravíssima crise político-econômica,
que ajudou a criar e a que tem respondido de forma errática e descoordenada;
vivendo a corrosão vertiginosa de seu apoio popular e parlamentar, a que se
soma o desmantelamento ético do PT e dos partidos que lhe prestaram apoio, a
administração Dilma Rousseff está por um fio.
A presidente abusou do direito de errar. Em menos de dez
meses de segundo mandato, perdeu a credibilidade e esgotou as reservas de
paciência que a sociedade lhe tinha a conferir. Precisa, agora, demonstrar que
ainda tem capacidade política de apresentar rumos para o país no tempo que lhe
resta de governo.
Trata-se de reconhecer as alarmantes dimensões da atual
crise e, sem hesitação, responder às emergências produzidas acima de tudo pela
irresponsabilidade generalizada que se verificou nos últimos anos.
Medidas extremas precisam ser tomadas. Impõe-se que a
presidente as leve quanto antes ao Congresso –e a este, que abandone a
provocação e a chantagem em prol da estabilidade econômica e social.
Também dos parlamentares depende o fim desta aflição;
deputados e senadores não podem se eximir de suas responsabilidades, muito
menos imaginar que serão preservados caso o país sucumba.
É imprescindível conter o aumento da dívida pública e a
degradação econômica. Cortes nos gastos terão de ser feitos com radicalidade
sem precedentes, sob pena de que se tornem realidade pesadelos ainda piores,
como o fantasma da inflação descontrolada.
A contenção de despesas deve se concentrar em benefícios
perdulários da Previdência, cujas regras estão em descompasso não só com a conjuntura
mas também com a evolução demográfica nacional. Deve mirar ainda subsídios a
setores específicos da economia e desembolsos para parte dos programas sociais.
As circunstâncias dramáticas também demandam uma
desobrigação parcial e temporária de gastos compulsórios em saúde e educação,
que se acompanharia de criteriosa revisão desses dispêndios no futuro.
Além de adotar iniciativas de fácil legibilidade, como a
simbólica redução de ministérios e dos cargos comissionados, devem-se
providenciar mecanismos legais que resultem em efetivo controle das despesas
–incluindo salários para o funcionalismo–, condicionando sua expansão ao
crescimento do PIB.
Embora drásticas, tais medidas serão insuficientes para
tapar o rombo orçamentário cavado pela inépcia presidencial. Uma vez
implementadas, porém, darão ao governo crédito para demandar outro sacrífico –a
saber, alguma elevação da já obscena carga tributária, um fardo a ser repartido
do modo mais justo possível entre as diversas camadas da população.
Não há, infelizmente, como fugir de um aumento de
impostos, recorrendo-se a novas alíquotas sobre a renda dos mais privilegiados
e à ampliação emergencial de taxas sobre combustíveis, por exemplo.
Serão imensas, escusado dizer, as resistências da
sociedade a iniciativas desse tipo. O país, contudo, não tem escolha. A
presidente Dilma Rousseff tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso
da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e,
eventualmente, o cargo que ocupa.
2 comentários:
O que o povo quer, não é exatamente o que o governo deseja. os planos do pt é gerar o CAOS, tudo acontecendo conforme planejado. E não se iludão que irá melhorar...
Mal comparando, a Dilma é aquele camarada que quis fazer uma sacanagem, dar um peido "mudinho" no elevador lotado, só que além de sair um estrondo ela acabou se cagando, e depois de 15 segundos ninguém suporta mais o cheiro, mas ela se mantém ali firme, altiva, mas toda cagada, escorrendo perna abaixo, mas se fazendo de louca, como se não fosse com ela, e achando que as pessoas não perceberam. O que ela deveria fazer na primeira oportunidade que a porta abrir em qualquer andar, é cair fora antes que a situação se torne insustentável!
Fora Dilma, entrega o bastão pro Temer!
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