O mundo continua acumulando grãos. Os principais
produtores mundiais não param de apresentar dados recordes de produção, o que
pressiona ainda mais os preços para baixo.
A análise é cde Mauro Zafalon, Folha de S. Paulo deste sábado.
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Brasil e Estados Unidos fizeram revisão de números nesta
sexta-feira (11), enquanto a União Europeia já o havia feito em agosto.
A safra brasileira de grãos de 2014/15 se distancia dos
números previstos inicialmente, quando se esperava um volume próximo de 200
milhões de toneladas.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já aponta
para o recorde de 209,5 milhões de toneladas. Na safra anterior o volume havia
sido de 194 milhões.
Mesmo com os problemas econômicos brasileiros, a produção
de grãos da safra 2015/16 –que começa a ser semeada nas próximas semanas–,
deverá subir no país.
O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) também refez
os números nesta sexta. Na contramão das expectativas do mercado, o órgão
elevou a produção de soja, segundo a analista Daniele Siqueira, da AgRural.
Se confirmado o volume, estimado em 107 milhões de
toneladas, a safra da oleaginosa ficará próxima do recorde, 108 milhões em
2014/15.
A União Europeia também obteve um volume recorde de grãos
em 2014/15. Foram 329 milhões de toneladas.
Para 2015/16, a estimativa é de 297 milhões. Esses
números incluem apenas a produção de cereais. A de oleaginosas, como colza e
girassol, soma outros 30 milhões.
Produtividade
aumenta
Todas as regiões apontam algo em comum: não houve grande
expansão de área e o aumento de produção vem da produtividade.
No caso brasileiro, a líder soja teve um ganho de 5,1% de
produtividade por hectare neste ano. O milho ganhou 6,4%; e o arroz, 6,2%.
Nos EUA, a produtividade da soja será de 52,8 sacas por
hectare em 2014/15, segundo o Usda. A evolução foi de apenas 0,4% em relação à
estimativa anterior, mas o mercado esperava queda.
Na União Europeia, um conjunto de fatores permitiu o
avanço da produção em 2014/15. O clima foi bom e houve maior produtividade.
O aumento da produção está repondo os estoques, em baixa
nos últimos anos.
A relação entre produção e consumo subiu de 5,7% no ano
passado, para 12,1% neste ano no caso da soja nos EUA. Já no milho, houve recuo
de 12,6% para 11,6%.
Na União Europeia, os estoques iniciais de cereais
subiram para 46 milhões de toneladas na safra 2015/16, ante 35 milhões na
anterior.
No Brasil, também há um aumento dos estoques,
principalmente de milho e soja.
Neste último caso, os estoques finais da safra 2014/15
foram de 3,4 milhões de toneladas, acima do 1,4 milhão da anterior.
Diante de tanta produção, queda de preços e crise
econômica em várias partes do mundo, o cenário normal seria área menor de
plantio e menos cuidados com as lavouras.
Mas isso poderá não acontecer. Mesmo com queda de preços
das commodities, a valorização do dólar facilita as exportações nos países que
desvalorizam suas moedas.
Regiões como Brasil, Leste Europeu e até mesmo a União
Europeia deverão produzir mais, assumindo parte das exportações dos EUA no
mercado mundial. O dólar elevado faz o norte-americano perder competitividade.
3 comentários:
POLÍBO, O GRÃO PLANTADO CRESCE, É A NATURESA DELE. PLANTOU, CUIDOU, CRESCEU. ISSO É FATO.
Atenção grãos > não crescem que o preço tá em queda. Menos Políbio.
a safra brasileira sempre bate recordes de produção de soja, por exemplo...
mas vá tentar comprar um hambúrguer feito de soja, para quem é vegetariano...
custa os olhos da cara...
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