A Folha de S. Paulo de hoje passa informações curiosas sobre as condições de prisão de um dos maiores empresários do Brasil, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o príncipe dos empreiteiros, herdeiro da família mais rica e poderosa da área da construção civil e da petroquímica, portanto dono da Odebrecht e da Braskem.
Leia a reportagem:
Na última quarta-feira, Marcelo Odebrecht, herdeiro
e presidente do grupo empresarial que carrega o sobrenome de sua família, quis
falar com um policial. Pediu que deixasse aberta a porta da cela onde está
preso há duas semanas, na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Queria circular
pelo menos no corredor.
Preso sob a acusação de participar do esquema de
corrupção na Petrobras, o empreiteiro utilizou esse espaço nas quatro primeiras
noites que passou na cadeia. Ele foi um dos presos que dormiram nos colchões
colocados no chão do corredor devido à superlotação da carceragem.
As portas voltaram a se fechar após a libertação dos
executivos que tinham sido alvo de mandados de prisão temporária. Marcelo
Odebrecht foi transferido para uma cela de 12 m², que divide com dois
executivos de sua empresa, Rogério Araújo e Cesar Rocha, presos em caráter
preventivo como ele.
O espaço de Marcelo Odebrecht é o mais organizado da
cadeia, com roupas dobradas e livros empilhados. Ele tem apreço pela arrumação,
segundo policiais da carceragem, e precisa comer barras de cereal a cada três
horas por ser hipoglicêmico.
O empreiteiro se distrai lendo e fazendo anotações, como
era seu hábito fora da prisão. Quando foi detido na sua casa, em São Paulo,
quis levar um caderno, mas foi proibido. Nesta semana, reclamou da escuridão no
local e ouviu de um agente: "Isso é uma cela. Você está preso".
Pessoas que mantêm contato com o presidente da Odebrecht
afirmam que ele demorou a aceitar a situação. Na noite em que chegou à
carceragem da Polícia Federal, levou bronca de um agente. Segundo um dos
presentes, ele se encostou "largado na parede" para ouvir as
instruções dos policiais.
No dia seguinte, ao ser levado para fazer exames médicos,
teria colocado as mãos no bolso e exibido um sorriso, enquanto outros presos se
mantinham sérios e com as mãos para trás, como havia sido ordenado.
O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, preso
no mesmo dia que Marcelo Odebrecht, é descrito por policiais como "simples
e agradável".
Entre os poucos desejos que Azevedo expressou na
carceragem esteve o de comer chocolates com marzipã. O pedido foi atendido na
quarta (1º), único dia da semana em que os presos podem receber visitas de
familiares, guloseimas e roupas limpas.
Na quarta anterior (24), Marcelo recebeu a visita da
mulher, Isabela. No encontro, teve direito de abraçá-la, o que é permitido
apenas uma vez por mês. As conversas geralmente ocorrem no parlatório, onde um
vidro separa os presos. A comunicação é feita por telefone.
No prédio da PF em que estão os empreiteiros há outros
presos da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró. Os dois grupos estão em alas separadas e até as duas horas
diárias de banho de sol no pátio ocorrem em períodos diferentes.
TRANSFERÊNCIA
Há oito presos da Lava Jato no Complexo Médico Penal, em
Pinhais. Embora tenham inicialmente reclamado da transferência, muitos agora
preferem a penitenciária, porque ali podem almoçar com visitas, fazer a própria
comida e ver TV dentro da cela.
O mais antigo do grupo é o lobista Fernando Soares,
conhecido como Fernando Baiano. Detido há oito meses, chama atenção pelo zelo
com limpeza. Anda sempre com um pano ou escova a tiracolo. Quando sentam na sua
cama, tem que virar o lençol.
Lá também estão os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo
e Pedro Corrêa. Vargas não perdeu o humor. Recentemente, quando jogava cartas
com Argôlo e Corrêa, um agente perguntou se estava ganhando. "Aqui não dá,
só tem político", respondeu.
Há também quem saiu mas não se esqueceu dos que ficaram.
Sérgio Mendes, da empreiteira Mendes Júnior, libertado no final de abril após
ter permanecido cinco meses detido, mandou construir uma caldeira no local para
garantir banho quente aos presos.
9 comentários:
Políbio,
Dica para o Sartori:
- Chamar uma destas empreiteiras enroladas no Petrolão e propor uma PPP para Construção de Presídios Modernos.
Vai "chover proposta"!!!!!
JulioK
Grande coisa, qta criança dorme em chão de barraco de favela. Esses ladrões da PTebrás(a PTebrás não é vítima, ella faz parte do esquema da roubalheira). O juiz Sérgio Moro é o nosso mais novo HERÓI. Só num país corrupto onde a politicagem enriquece durante um mandato de deputado/senador, prá termos como herói, um juiz. O juiz cumprir com as leis, deveria ser o normal.
Deste jeito logo vamos ter cadeias e penitenciárias padrão FIFA. Uma já até ganhou caldeira para banho quente.
Logo teremos penitenciárias tipo "of USA" com abertura e fechamento eletrônico. Lula deve ter se arrependido de não ter feito novas penitenciárias mais moderna, pois poderia usufruir das mesmas, sobrou as masmorras medievais para ele.
Vejam como é bom ter dinheiro, nem se preocupam com quem perde. Construir uma caldeira para banho quente.... maravilhoso não fosse o que estão tirando da nação.
O Marcelo Odebrecht é aquele netinho paparicado pelos avô Norberto Odebrecht, e tem mais é que apodrecer na cadeia para nunca mais assaltar o país em conluio com a quadrilha petralha.
Curioso que so os empresários sao presos.... como se isso fosse mudar o país...e os políticos... receberam a grana e ta tudo certo??? O problema sao os empresários ou o governo que exige a propina para que a empresa possa operar com a petrobras??
Tem coisa errada na notícia. Não é a casa da mãe joana. Mandar construir caldeira? em prédio público? Há .... mas é no Brasil do PT. PODE!
"Elite Branca", como diz o "barba"!
Com o Marcelo tem que ser duro : Ou aceita a delacao premiada e entrega o Lula ou pena maxima .
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