O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco
entregou aos investigadores da Operação Lava Jato cópias de depósitos feitos
pela offshore Constructora Del Sur em uma de suas contas em paraísos fiscais. A
offshore seria usada pela empreiteira Odebrecht para pagamento de propina no
megaesquema de corrupção instaurado na Petrobras. A gigante da construção é uma
das únicas grandes empreiteiras do país que não teve diretores presos na Lava
Jato, mas um dos braços da companhia, a Odebrecht Plantas Industriais, é alvo
de inquérito policial na operação.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo,
ao menos dez depósitos da Constructora Del Sur foram identificados para a conta
da offshore Pexo Corporation, registrada por Barusco em 2008, ao longo do ano
de 2009. Aberta no Panamá, a Constructora também fez pagamentos diretos ao
ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso pela Polícia Federal e
apontado como operador do PT no petrolão.
Em depoimento à Justiça, Barusco já havia afirmado que
recebeu 916.697 dólares da Odebrecht referentes a pagamento de propina. Segundo
o executivo, que firmou acordo de delação premiada, o valor foi transferido de
maio a setembro de 2009. Barusco era braço-direito de Renato Duque, que
comandava a Diretoria de Serviços por indicação do ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu.
Barusco detalhou a engenharia do processo: o dinheiro era
transferido para uma conta localizada do Panamá, de propriedade da offshore
Constructora Internacional Del Sur SA. Em seguida, o dinheiro era repassado
para outra conta dele também localizada no Panamá. Essa estratégia servia para
dificultar o rastreamento do dinheiro.
Conforme o delator, o diretor da Odebrecht Rogério Araújo
atuava como operador nos pagamentos das propinas. Barusco afirmou que "mantinha
contato direto com Rogério, pois o recebia com frequência por encontros de
trabalhos e às vezes almoçava com ele". Em depoimento à Justiça, o
executivo disse ainda que a Odebrecht era "jogo duro", porque não
concordava com o pagamento de propinas em determinados contratos.
Barusco anexou à Justiça documentos que mostram que a
empreiteira firmou nove contratos com a Petrobras, sendo cinco na área de Gás e
Energia, um na Área de Exploração e Produção e três na área de Abastecimento. O
valor total dos contratos era de 8,6 bilhões de reais em um "período de
2004 a 2010 ou 2011".
Em nota, a Odebrecht afirma que "não possui, nem
nunca possuiu, qualquer vínculo com a empresa Construtora Internacional del
Sur, a qual não é, nem nunca foi de sua propriedade, ou de qualquer outra
empresa controlada ou coligada". Diz ainda que nunca fez pagamentos à
referida empresa.
Um comentário:
Queremos checar as digitais de um certo molusco ninefingers!!! É só procurar, MPF, que acham!!!
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