Os números e bla bla bla eram praticamente apêndices. Ele
escolhia um tema um ano antes, contratava artistas plásticos, pintores,
fotógrafos, jornalistas e escritores para desenvolver o tema. Lembro do “Mar de
Dentro”, as lagoas gaúchas, escrito pelo talentoso escritor, compositor e
pesquisador Barbosa Lessa com ilustrações do não menos talentoso Nelson
Jungbluth, que era ilustrador da house da antiga Varig.
Mas era na apresentação do relatório que a Samrig
caprichava. Tinha fila de gente querendo convite para o almoço, normalmente no
Plaza São Rafael. Comida e bebida de primeiríssima qualidade, se tivesse que
vir de São Paulo, no problema. Licores, champã, charutos cubanos, a festa
costumava terminar só às seis, sete ou mais horas da noite. Que tempos, meus
amigos, que tempos. Sem trocadilho, tínhamos tempo para curtir espetáculos visuais
e gastronômicos como os que Armando Coelho Borges criava. Parecia banquete da
Roma antiga.
* Fernando Albrecht é colunista do Jornal do Comércio, Porto Alegre. O texto acima é do Facebook dele, deste final de semana.
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