Lobista denuncia: "Eu fui achacado por diretores da Petrobrás e tinha que dar dinheiro para campanhas do PMDB e do PT, inclusive de Dilma"

A reportagem bate de frente na Odebrecht, dona do Pólo de Triunfo, RS. Ela ajudou a irrigar os bolsos do PT e PMDB. A reportagem deixa mal Michel Temer,  vice de Dilma, a própria Dilma, e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Dinheiro rolou da Petrobrás rolou farto para os bolsos dos bandidos políticos.



Reportagem da revista Época deste sábado produzirá o principal escândalo político deste ano, porque o lobista João Augusto Henriques resolveu denunciar a cobrança de propina para fechar contratos e diz que dinheiro foi para deputados – e até para a campanha presidencial. O material é dos repórteres Diego Escosteguy com o apoio de  Flávia Tavares, Marcelo Rochas, Murilo Ramos e Leandro Loyola. A campanha eleitoral de Dilma e do PT volta a ser enlameada, mas desta vez as denúncias são contundentes e recheadas de provas e testemunhas.

. João Augusto estava em silêncio. Permanecia inclinado à frente, apoiava-se na mesa com os antebraços. Batia, sem parar, a colherzinha de café na borda do pires – e mantinha o olhar fixo no interlocutor. Parecia alheio à balbúrdia das outras mesas no Café Severino, nos fundos da Livraria Argumento do Leblon, no Rio de Janeiro, naquela noite de sexta-feira, dia 2 de agosto. A xícara dele já estava vazia. O segundo copo de água mineral, também. João Augusto falava havia pouco mais de uma hora. Até então, pouco dissera de relevante sobre o assunto que o obrigara a estar ali: as denúncias de corrupção contra diretores ligados ao PMDB, dentro da Petrobras. Diante dos documentos e das informações obtidos por ÉPOCA sobre sua participação no esquema, João Augusto respondia evasivamente. Por alguma razão incerta, algo mudara nos últimos minutos. O semblante contraído sumira. Esperei que o silêncio dele terminasse.

– O que você quer saber?, disse ele.
– Sobre os negócios, respondi.

. Foi então que João Augusto Rezende Henriques disse, sem abaixar a voz ou olhar para os lados: “Do que eu ganhasse (no contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio”. A colherzinha não tilintava mais.

. Iniciava-se, ali, um desabafo motivado pelas denúncias que ÉPOCA investigava havia cerca de um mês. O caso envolvia a Petrobras – maior empresa do país, 25ª do mundo, com faturamento anual de R$ 281 bilhões. Começara com apenas uma pista: um contrato assinado em 2009, em Buenos Aires, entre o advogado e ex-deputado Sérgio Tourinho e o argentino Jorge Rottemberg. No documento, previa-se que Tourinho receberia US$ 10 milhões de uma empresa no Uruguai, um conhecido paraíso fiscal, caso a Petrobras vendesse a refinaria de San Lorenzo, avaliada em US$ 110 milhões, ao empresário Cristóbal Lopez, conhecido como czar do jogo na Argentina e amigo da presidente Cristina Kirchner. À primeira vista, o contrato não fazia sentido. Por que um lobista de Buenos Aires se comprometeria a pagar US$ 10 milhões a um advogado brasileiro, de Brasília, caso esse advogado, sem experiência na área de energia, conseguisse fechar a venda de uma refinaria da Petrobras na Argentina?

ÉPOCA foi buscar a resposta em entrevistas com partícipes do negócio, parlamentares e funcionários ligados ao PMDB. O advogado Tourinho era sócio dos lobistas do PMDB, que trabalhavam em parceria com Jorge Zelada, diretor internacional da Petrobras desde 2008 e, segundo João Augusto, apadrinhado do PMDB. A operação San Lorenzo, diz ele, não era um caso isolado. Era mais um dos muitos negócios fechados pelos operadores do PMDB na área internacional da Petrobras. De acordo com João Augusto, todos os contratos na área internacional da Petrobras tinham de passar por ele, João Augusto, que cobrava um pedágio dos empresários interessados. De acordo com ele, de 60% a 70% do dinheiro arrecadado dos empresários era repassado ao PMDB, sobretudo à bancada mineira do partido na Câmara, principal responsável pela indicação de Zelada à Petrobras. De acordo com João Augusto, o dinheiro servia para pagar campanhas ou para encher os bolsos dos deputados. O restante, diz ele, era repartido entre ele próprio e seus operadores na Petrobras – os responsáveis pelo encaminhamento dos contratos.

. Segundo João Augusto e outros quatro lobistas do PMDB, o dinheiro era distribuído a muita gente em Brasília. A maior parte seguia para os dez deputados do partido em Minas, entre eles o atual ministro da Agricultura, Antonio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães. O dinheiro, de acordo com João Augusto, não ficava apenas com essa turma. Segundo o relato dele e dos outros lobistas, o secretário das Finanças do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. João Augusto diz que organizou, com Vaccari, o repasse para a campanha de Dilma. O dinheiro, segundo ele, foi pago pela Odebrecht, em razão de um contrato bilionário fechado na área internacional da Petrobras, que dependia de aprovação do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, do PT. À Justiça Eleitoral, a campanha de Dilma declarou ter recebido R$ 2,4 milhões da Odebrecht. O coordenador financeiro da campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi Júnior, afirma que não conhece João Augusto. “Posso garantir que ele não participou da arrecadação de recursos para a campanha da presidenta Dilma Rousseff, que toda arrecadação foi feita por meio de Transferência Eletrônica Bancária, e que as contas da campanha da presidenta foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”, diz.

. As denúncias de João Augusto são contestadas pelos acusados. Vaccari diz que não era responsável pela tesouraria da campanha de Dilma. Afirma ainda que “todas as doações ao PT são feitas dentro do que determina a legislação em vigor e de uma política de transparência do PT”. Gabrielli diz, por meio de nota, não ter conversado sobre o contrato da Odebrecht com Vaccari. Zelada afirma desconhecer a atuação de João Augusto na intermediação de contratos na Petrobras e nega ter sido indicado pelo PMDB. A Petrobras informou em nota que não comentaria o assunto. Apesar de todas as contestações, a reportagem de ÉPOCA confirmou, por meio de entrevistas em três cidades, vários pontos do depoimento de João Augusto. Investigações oficiais ainda são necessárias para apurar todas as suas denúncias.
>>Continue lendo esta reportagem em ÉPOCA desta semana


13 comentários:

Anônimo disse...

Antes era PTROSAURO hoje PTROMÁFIA!

E o "9dedos" subindo na lista da Revista Forbes.

Anônimo disse...

Políbio,

Estava demorando para a sujeira vir a tona!!

O Lulla jogou este país na lona moral. Todo mundo quer seu quinhão!!

JulioK

Anônimo disse...

Bom, se o PMDB tinha dúvida se ficava no governo ou se aliava com o PSDB ou PSB, dá para dizer que vai continuar e, indicar novamente Michel Temer como Vice.

Antes disso tem de ser feita uma investigação rápida pela PF e MP, chamando a Revista Época (rede bobo) e o reporter Diego Escosteguy para que forneça os documentos que possuem para uma investigação.

É que, conforme a CF, não dá para mandar prender antes de investigar, provar, oferecimento de denuncia na Justiça pelo MP, condenação em em ultima instancia, dopois dos recursos.

Anônimo disse...

Agora começa a cair a ficha, essa comuna perdoa as dividas dos países africanos, as firmas brasileiras com dinheiro do brasil ganham contratos na Africa e repassam parte para esse bando de ladrões, finalmente endendi o porque dos perdões de dividas.
Se vamos perdoar, então que seja para o pequeno agricultor que muitas vezes tem que entregar as terras para o banco, quando a coisa chega nessa dimensão dá vontade de não mais viver.


Eduardo Menezes

Anônimo disse...

Obviamente a petelhada safada(redundância) sairá feito louca, tentando abafar e descaracterizar a denúncia. No entanto, esperar o que dessa gente? Honestidade é que não.

Anônimo disse...

Chama o Carlos Sgarbi.Socorro.

Anônimo disse...

“[O PT] não depende só do marqueteiro. Nós temos vários tipos de militantes nas redes sociais.
(...)
como é o caso agora desse companheiro da casa Fora de (sic) Eixo, o Pablo Capilé”.

Paulista Carlos Sgarbi nos responda, voce é do Fora de Eixo ou Pablo Capilé?

Anônimo disse...

Sr Polibio Braga:

Fico surpreso com com os comentários,até parece que isso começou ontem.
"NINGUÉM FICA IMPUNE,QUANDO UMA NAÇÃO ELEGE PRESIDENTE, UM BÊBADO, SAFADO, MENTIROSO, LADRÃO, CORRUPTO, E AGORA FORNICADOR FURTIVO.
É gaúchos politizados a coisa ainda vai piorar.
O Brasil convive com a moral dólar nas cuecas.
Saudações

Anônimo disse...

Direitalha não contem com o ovo dentro da galinha, afinal quem fez a reporcajem, digo, reportagem foi Diego Escosteguy, ex-revista inVEJA, erro e vezero do peixe friu.

Com a palavra o MP e PF para investigar e dar a resposta a sociedade o mais rápido possível.

Anônimo disse...

Tô aguardando os comentários do Carlos Sgarbi, defendendo a quadrilha que se instalou no planalto em 2003. Tão todos riquíssimos, ou melhor, bilionários. O lullinha, filho do famigerado 9dedos, tá rico, anda de jato executivo próprio.

Anônimo disse...

Agora o Brasil será autossuficiente em petróleo.Deus me livre e guarde.

Anônimo disse...

Os elementos (maus) estavam cantando vitória, mas agora pouco publicou no Diário Oficial, digo, no JN que o lobista João Augusto Henriques negou tudo, ou seja, pegou o $ depois deixou os jornalistas de mão abanando.

Anônimo disse...

OS CONTROLADORES INTERNACIONAIS(OS MESMOS QUE A APOIARAM) AGORA PRECISAM DESCARTÁ-LA PARA PODEREM FAZER SUBIR AO PODER A QUERIDINHA MARINA SILVA.

DESTE MODO VIRÁ UMA POLÍTICA INDIGENISTA E AMBIENTALISTA RADICAL(INCLUSIVE COM A DECLARAÇÃO DE AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS). QUEM VIVER VERÁ.

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