O vaivém de servidores públicos e de integrantes do primeiro escalão do governo
pelos ares do Brasil e do exterior custou aos cofres públicos R$ 890 milhões no
ano passado. O valor total é uma das pistas que revelam o descontrole dos gastos
com passagens aéreas, motivado pela falta de planejamento na compra de bilhetes
e também por uma irregularidade identificada pelo Ministério Público Federal
(MPF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU): a adulteração de bilhetes para
superfaturamento das tarifas e a cobrança de taxas inexistentes.
. O jornal Correio Braziliense teve acesso a documentos que mostram como empresas contratadas por
órgãos públicos alteram os bilhetes para cobrar do governo federal valores muito
mais altos do que os efetivamente praticados pelas companhias aéreas. Diante do
desperdício de recursos, o TCU aprovou, na semana passada, mudanças nas regras
de contratações de agências com o governo. A meta é acabar com a sangria de
recursos públicos.
. O gasto de quase R$ 1 bilhão registrado no ano passado reúne apenas as
compras da administração pública federal direta. A maioria das licitações dos
órgãos públicos escolhe as agências de viagem que oferecem os maiores
percentuais de desconto durante a concorrência pública. Para faturar os
contratos milionários com o governo, algumas empresas praticam descontos
superiores à possibilidade econômica, em percentuais muito acima das comissões
recebidas das companhias aéreas. Para fechar essa conta, muitos empresários do
turismo incluem nos bilhetes emitidos para o governo valores superiores aos
cobrados pelas empresas aéreas, embutindo um lucro oculto.
2 comentários:
Está no DNA do brasileiro a corrupção e a ganância. Isso nunca vai acabar, botou dinheiro no meio sempre haverá corrupção.
Cheguei a conclusão que isso é patológico no brasileiro, infelizmente isso nunca vai acabar. Destino trágico de uma nação que nasceu para dar errada.
Paradoxalmente, o tão defenestrado "Cartão Corporativo" do Governo Federal pode ser a solução para este problema das passagens, pois é a única forma de comprar as passagens nas mesmas condições do varejo (ou seja, mais barato) e se livrar de vez das agências de viagens.
Se tiver um contrato, sempre haverá possibilidade de fraude por parte da agência ou mesmo das cias aéreas. Mas se as compras forem feitas direto no balcão os gatunos não terão como filtrar e majorar os preços.
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