Segurança Pública no RS - Em nome do pai

- O título desta reportagem do jornal Zero Hora desta sexta-feira está perfeito. A homenagem é justa, mas retirar brigadianos da rua em horário de trabalho não parece adequado no RS de 2012.

Uma das últimas Ordens de Serviço da gestão do coronel Sérgio Roberto de Abreu, comandante da Brigada Militar (BM), tem a seguinte finalidade: “Regular as atividades por ocasião da solenidade de inauguração da Rua em homenagem ao pai do Sr Comandante-Geral da BM”.Odocumento convoca mais de 10 oficiais, entre eles comandantes e diretores, para diferentes funções durante a cerimônia de troca de nome da Rua 41, no bairro Algarve, em Alvorada, na Região Metropolitana, para Ten. Noé dos Santos Abreu, realizada ontem.A solenidade conseguiu deslocar, por exemplo, o comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Silanus Serenito de Oliveira Mello, às atividades de “planejar e executar ações de polícia ostensiva, e preservação da ordem pública no local do evento”.

O documento, emitido em 22 de janeiro pelo chefe do Estado-maior da BM, coronel Valmor Araujo de Mello, descreve o fardamento exigido e determina as missões. Também convoca cinco diretores e comandantes, além de um ajudante-geral e o corregedor-geral a comparecer ao evento.Coronel deixa o posto mais alto da corporação no dia 30

Com a farda de acordo com o requisitado na ordem de serviço 0133/PM-3/2013, todos viram a banda do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Sinos abrir com o Hino Nacional e se encerrar com o de Alvorada. A solenidade teve discursos de Abreu – que deixa o cargo dia 30 –, do prefeito de Alvorada, Professor Serginho, e da secretária da Administração e Recursos Humanos do Estado, Stela Farias. A prática não é novidade. Em novembro, em outra inauguração, oficiais de cargos semelhantes foram convocados.

2 comentários:

Anônimo disse...

Para quem gosta de regime militar (e conhece), sabe que é assim que funciona na caserna. Na época da ditadura militar éra pior. Soldado não entrava no Quartem sem farda.

Quem não quizer que peça para ir embora.

Anônimo disse...


Deputado do DEM é acusado de mortes
O ex-governador de Mato Grosso Júlio Campos, atualmente deputado federal pelo DEM-MT, foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por duplo homicídio e formação de quadrilha, sob a suspeita de ter sido o mandante de dois assassinatos ocorridos em 2004, em meio a uma disputa por terras. O pedido de abertura de uma ação penal contra o parlamentar foi encaminhado na quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), em documento de 18 páginas, assinado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O inquérito foi autuado no Supremo em abril de 2012, quando Campos voltou a exercer o mandato de deputado federal. A PGR apura a participação do parlamentar nos homicídios do empresário brasileiro Antônio Ribeiro Filho e do geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haraly. Ambos teriam sido mortos a mando do político, que estaria interessado em terras ricas em metais e pedras preciosas, como diamantes, em Mato Grosso.

Segundo a denúncia, ele foi o mandante dos homicídios e teve como objetivo se apropriar das terras produtoras de pedras preciosas. De acordo com a PGR, o deputado transferiu para o nome de laranjas a empresa Agropastoril Cedrobom Ltda., cujo dono era Antônio Ribeiro Filho. A compra teria sido feita por R$ 46 mil, apesar de a empresa ser a proprietária da fazenda em Mato Grosso, que valia R$ 13 milhões. "A operação foi, no mínimo, suspeita, tanto que somente foi concretizada mediante a falsificação das assinaturas dos supostos alienantes, comprovada por meio de perícia grafotécnica", destaca Gurgel na denúncia. Ele acrescenta que o parlamentar contou com a ajuda de uma amiga tabeliã para fraudar a alteração no contrato social da empresa.

A primeira das vítimas a ser assassinada foi o geólogo Nicolau Haraly, executado em julho de 2004, em frente ao escritório onde trabalhava, em São Paulo. De acordo com os autos, foi ele quem descobriu que as terras da fazenda eram ricas em pedras preciosas. A denúncia aponta que, no mês seguinte, o empresário Antônio Ribeiro foi morto no Guarujá (SP), no momento em que caminhava no calçadão da praia. "Foram assassinados por ordem de Júlio José de Campos (...) O crime teve por objetivo garantir que Júlio permanecesse no controle da empresa adquirida de forma inidônea. Os assassinatos foram cometidos para impedir que Antônio Ribeiro Filho impugnasse a falsificação do contrato social da empresa", detalha o texto da denúncia.

O relator do caso é o ministro Marco Aurélio Mello, que, em agosto do ano passado, definiu que o nome do parlamentar apareceria de forma completa no andamento do inquérito instaurado no STF em abril de 2012. Antes, apareciam apenas as iniciais J.J.C., de Júlio José de Campos.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), saiu em defesa do parlamentar denunciado. "O partido confia no deputado Júlio Campos e espera dele aquilo que ele pode fazer, que é dar resposta convincente para a denúncia."

Júlio Campos governou Mato Grosso entre 1983 e 1986. Em março de 2011, ele provocou uma polêmica, durante reunião da bancada do DEM na Câmara, ao se referir ao ministro do STF Joaquim Barbosa, atualmente presidente da Corte, como "moreno escuro". Campos manifestava-se favorável à prisão especial para autoridades, quando observou que os processos contra deputados poderiam cair nas mãos "do moreno escuro do Supremo". Ele se desculpou, por meio de telefonema ao gabinete de Barbosa. Campos afirmou que não houve preconceito, apenas não se lembrou do nome do magistrado.

"O delito foi meticulosamente premeditado e planejado (.) Foram assassinados por ordem de Júlio José de Campos em razão da fraude perpetrada contra a Agropastoril Cedrobom Ltda. O crime teve por objetivo garantir que Júlio permanecesse no controle da empresa adquirida de forma inidônea"

https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/