Dica de livro - Juanita Castro conta como Virginia Leitão da Cunha recrutou-a para a CIA

No seu livro autobiográfico “Fidel y Raul, mis hermanos”, a irmã de Fidel Castro, Juanita Castro, 83 anos (os Castro vivem muito) conta que antes de se asilar nos EUA, 1962, três anos depois da revolução, foi recrutada para trabalhar para a CIA pela embaixatriz Virginia Leitão da Cunha, mulher do embaixador brasileiro em Cuba, Vasco Leitão da Cunha (página 284). O nome de Juanita para a companhia passou a ser Donna e os códigos que saíam do rádio de ondas curtas que lhe entregaram eram as músicas Fascinación (quando havia mensagem) e Madame Butterfly (quando não havia mensagem). Juanita esteve exilada na embaixada durante a ditadutra de Batista, que foi derrubado pela revolução e lá fez amizade com Virgínia. Como no caso de Batista, também no caso de Fidel Castro, Virginia e Juanita defendiam o estado democrático de direito para Cuba. É a primeira vez que a confidência é feita de público. No livro, Juanita não diz se o embaixador sabia das atividades da mulher, mas isto deve ter ocorrido. Vasco Leitão da Cunha, dois anos depois, foi chanceler do primeiro governo (Castelo Branco) da ditadura militar.

“Fidel y Raúl, mis hermanos, La historia secreta “, Juanita Castro, memórias, 429 páginas, Aguilar, US$ 19,99.