Dica de literatura - O cuco, Vitor Bertini

No meio do campus universitário, o centro do mundo. No centro do mundo, uma cafeteria.

A cafeteria da faculdade de arquitetura era ponto obrigatório para estudantes de todos os cursos: pela suposta qualidade do café - única que dizia ter grãos de origem, pela temperatura da cerveja, pelas conversas interdisciplinares e, forçado reconhecer, pela beleza das alunas.

– Todas as tribos passam por aqui – explicava Antonela, Antonela Matteo, enquanto apresentava as dependências da escola para uma caloura, filha de amigos da família. Depois, à tardinha, em horário de casa cheia, devidamente instalada com duas colegas em uma das mesas, ainda com a novata à tiracolo, sofisticou o discurso:

– Acolher bem é reconhecer o outro... e a melhor arquitetura faz isto! – Ensinou, elevando o tom de voz e exemplificando, com um giro de queixo empinado, o que queria dizer.

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2 comentários:

Cris disse...

Compra outro cuco e casa com o Antonio Banderas...

Vitor Bertini disse...

Cris, obrigado pela leitura e pelo comentário.
Vou levar sua sugestão para a Antonela.
Bom fim de semana.

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