Circula na praça do mercado uma versão da velha piada
tétrica sobre a diferença entre recessão e depressão. Na recessão, seu vizinho
perde o emprego. Na depressão, você também perde o emprego. Recuperação é
quando a Dilma perde o emprego.
A aversão a Dilma Rousseff entre gente graúda de empresa
e finança não é novidade, embora nem sempre tenha sido assim. A alergia grave
espraiou-se de modo fulminante entre 2012 e 2013, ano em que o país quase
inteiro descobriria que "era infeliz e não sabia", na frase do
cientista político André Singer.
Nova é a conversa sobre depressão, espécie teratológica
de recessão, que nem é o caso do Brasil, embora não exista definição geral
desse desastre econômico. Mas a depressão dos ânimos de consumir e investir é
profunda, se prolonga de modo raro e dificulta muito a saída do atoleiro. A
desesperança abissal deve ser agravada neste 2016, em que a dor maior da crise
vai chegar ao cidadão comum.
Os diversos índices que medem a confiança do consumidor
divergem quanto ao registro de quando começou a tendência de baixa contínua dos
ânimos: abril de 2012, fevereiro de 2013. Não há dúvida sobre a derrocada sem
fim que começou com o choque da virada para 2015, quando, em palavras e atos, a
presidente reeleita demonstrou que mentira na campanha (vieram alta de juros,
notícia de arrocho, golpe da conta de luz etc.). Qualquer que seja a medida, é
uma longa desesperança.
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3 comentários:
Políbio, quando a anta perde o emprego, isto se chama recuperação, não depressão.
Pensei a mesma coisa. Depressão eh o momento atual. Se o PT sair do poder entraremos na recessão para em seguida entrarmos no crescimento.
Pensando melhor vou retirar o que eu disse há pouco. Talvez o editor queira dizer que as coisas ainda não estão tão graves porque a classe política ainda não está se mexendo. Teremos que chegar a depressão para que eles tomem providências.
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