Indústria não dá sinais de melhora. Participação no PIB já caiu de 20% para 10%.

Produção cai 1,2% em agosto e nem setores beneficiados pela valorização do dólar apresentam melhoras significativas

Parque produtivo se encontra em patamar similar ao de 2009, logo após a crise global, diz coordenador do IBGE.

A reportagem é do repórter Lucas Vettorazzo, da Folha de S. Paulo deste sábado. Leia tudo:

A produção industrial brasileiro completou, em agosto, o terceiro mês seguido de retração. E ainda que a queda (1,2% no volume de produtos fabricados no país em relação ao mês anterior) tenha sido menor que a registrada em julho, 1,5%, não há sinais de melhora.

O principal setor a puxar para baixo a produção foi o de bens de capital, que fabrica as máquinas utilizadas pela indústria.

Considerado um importante indicador do investimento em capacidade produtiva, o segmento registrou, em agosto, contração de 7,6%, ante o verificado um mês antes, quando a produção já havia recuado 2,1% na comparação mensal, de acordo com dados do IBGE.

No recorte anual, a produção industrial também não vai bem: queda de 9% em agosto ante o mesmo período do ano passado. Nos bens de capital, a queda chega a 33,2%.

O dado de contração da indústria é mais um que mostra a gravidade da crise econômica atual: as vendas do varejo acumulam seis meses seguidos de queda, o desemprego nacional chegou a 8,6% no período de maio a julho –1,7 ponto percentual mais do que um ano antes– e a inflação ficou em 9,53% em agosto, três pontos percentuais acima do teto da meta do governo.

Analistas consultados semanalmente pelo Banco Central estimam que a economia tenha encolhido 3,55% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado. No início deste ano, a expectativa era de alta de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto).

DE VOLTA A 2009

Segundo o coordenador de Indústria do IBGE, André Macedo, o parque produtivo brasileiro se encontra em patamar semelhante ao verificado em 2009, ano em que estourou a crise econômica mundial e que o país fechou com uma retração de 7,1% em sua produção industrial.

A disparada do dólar, que favorece as empresas exportadoras, ainda não se refletiu na produção industrial. Produtos muito exportados, como celulose (0,7%) e produtos alimentícios (0,1%), tiveram alta pouco expressiva.

O dólar se valorizou em 50% neste ano ante o real, mas a participação dos manufaturados nas exportações brasileiras cresceu em ritmo bem menos intenso: 37,2% de janeiro a setembro, 2,4 pontos percentuais mais que no mesmo período de 2014.

E esse aumento se deveu mais à queda nos preços internacionais das commodities, já que as exportações brasileiras de manufaturados recuaram 11% até setembro.

OUTROS SEGMENTOS

Enquanto isso, outros segmentos, além das máquinas, continuam a acumular perdas. Os bens duráveis, como carros e motocicletas, recuaram 4% em agosto.


Já os bens semi-duráveis e não duráveis, como vestuário e alimentos, caíram 0,3%, segundo Macedo, na esteira da inflação e juros altos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando cair para zero esses tolos verão a cagada que fizeram em apoiar o pete. Quem sabe então peçam o impiche da incompetente.

elias disse...

Está tudo dando certo, como o combinado. Dentro de 10 anos - no máximo - todos escravos do estado.
Tomara que tenha alguma comida na tarjeta que receberemos.
E todo mundo anestesiado.
Enquanto isso, no nordeste, dinheiro para todo mundo.

Anônimo disse...

Acordem.
Depois de 20 anos de desmonte da indústria, querem que "dê sinais de melhora".....apenas porque o câmbio melhorou há algumas semanas
Algumas semanas de câmbio favorável não convencem o mercado mundial a alterar contratos na cadeia de suprimentos global.
Além, disso o câmbio melhorou no meio de um contexto em que todos os demais faores de competitivade estão um caos.

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