A presidente sem poder

Com um plano de ajuste econômico baseado em aumento de impostos, Dilma Rousseff busca apoio no Congresso. Está difícil.

Isto é o que conta Thiago Bronzatto na edição de hoje da revista Época.

É a reportagem de capa.

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Existem, na política, líderes e governantes comuns. Os líderes se diferenciam dos governantes comuns pela maneira com que enfrentam crises. Eles veem, nos momentos difíceis, oportunidades para unir o país em torno de reformas amplas, necessárias, estruturais. Ou seja, têm a coragem de fazer o que tem de ser feito. Os casos de Bill Clinton e Margaret Thatcher, que enfrentaram crises econômicas e recolocaram seus países no rumo, são inspiradores. Quando o Brasil perdeu o selo de bom pagador, segundo a classificação da agência Standard & Poor’s, configurou-se no país uma situação parecida. Como se dizia nos tempos em que havia orelhão, caiu a ficha de que havia uma crise grave – e o fato deixou sem discurso mesmo os que, por miopia ou conveniência política, teimavam em negá-la. Há a crise, e há a consciência clara do que tem de ser feito. Economistas de diversos matizes, incluindo Bernard Appy, que trabalhou sete anos em governos petistas, concordam no básico: é hora de cortar gastos no curto prazo, fazer uma reforma estrutural no longo prazo e evitar aumentos de impostos que possam piorar ainda mais a situação. Dilma Rousseff, no entanto, não foi a líder que os brasileiros esperavam, ou precisavam. Sabendo o que precisava ser feito – cortar despesas –, não o fez. Sabendo o que não deveria ter feito – aumentar impostos –, apresentou um pacote que se assenta sobre um tributo cuja implantação trará, entre outros efeitos, a alta nos preços e o aumento do desemprego.

Dez minutos antes de o pacote fiscal ser anunciado no salão Oeste do Palácio do Planalto na segunda-feira, dia 14, Dilma ligou para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Seguiu-se um diálogo protocolar, sem rapapés. “Presidente, eu sei que o senhor é contra o aumento de impostos com a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), mas eu gostaria de avisar que isso vai estar no pacote”, disse Dilma. Cunha respondeu com um seco “tudo bem”. Dilma não se limitou a procurar Cunha. A presidente, que é frequentemente acusada de não gostar de articulações, reuniu-se duas vezes com um grupo de parlamentares, líderes e vice-líderes da base aliada. Ela própria fez o convite, e todos riram juntos de algumas piadas. Ao final do primeiro encontro, quando a presidente disse que ligaria para marcar um café da manhã, alguns ironizaram: “Ué, mas a senhora tem o número do nosso celular?”. “Fique tranquilo, a nossa telefonista te acha de um jeito ou de outro”, disse Dilma.

Por trás da encenação política, havia uma tensão indisfarçável. Dilma precisa convencer os parlamentares a aprovar as medidas de ajustes nas contas públicas.  E a maior parte do ajuste proposto virá do aumento de impostos. Seu governo vive um momento que a clínica médica chama de “efeito lazaroide”: até se movimenta politicamente, mas são espasmos descoordenados, involuntários, sem um comando nervoso central. Por mais que tenha se esforçado, mais uma vez Dilma não convenceu.


A chance de o Planalto conseguir aprovar o retorno da CPMF na Câmara é mínima. O corte na própria carne – com a provável fusão de ministérios – foi considerado uma cortina de fumaça para fazer passar o aumento de impostos. “Esse é um pacote de ‘faz de conta’ que, na prática, não corta nada. De tudo o que o governo anunciou, só vai cortar R$ 2 bilhões da própria carne”, diz Eduardo Cunha. Tão logo divulgou os cortes de gastos, o Planalto recebeu sinais de que teria dificuldades para sair vitorioso no Congresso. Dilma escalou então sete governadores que entraram em campo para pressionar pela aprovação do imposto, cujo impacto na arrecadação é de pelo menos R$ 32 bilhões por ano. A comitiva, encabeçada pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, tentou convencer os parlamentares a aumentar a alíquota de 0,20%, conforme sugerido por Dilma, para 0,38%. A diferença de 0,18% seria embolsada pelos Estados. A pressão, aparentemente, não deu certo na Câmara, tampouco no Senado. Uma categoria mitológica da política nacional é o poder dos governadores sobre as bancadas estaduais de deputados e senadores. Esse poder é residual. Produz foto, declarações, mas não muda voto no Congresso. O governo diz que a CPMF vai ajudar a tapar o buraco da Previdência e os governadores afirmam que ajudará os Estados, mas, na verdade, esse imposto cria um problema: as empresas vão repassar o custo para o produto final. E quem vai pagar a conta? "O povo brasileiro, claro”, diz o senador Paulo Paim (PT).

13 comentários:

Anônimo disse...

Dilma não é mais presidente do Brasil, seu curador Lula é que é o presidente, ela só assina os papeis e ele manda. Isto mostra que temos um arremedo de democracia cleptocratizada bolivariana. Isto é golpe. Dilma abriu mão da presidência para Lula que não foi eleito, portanto é golpe sim. Estamos em regime de exceção. Novas eleições já!! Somente pode ser presidente quem foi eleito por votos colocados em urna, Lula é um mero, espertalhão e ignorante petista.

Anônimo disse...

tem que deixar o governo sem dinheiro. fazer de tudo para não gerar impostos. se sair de casa desligar o contador de luz. garagem luz com placa solar e assim por diante. tem muitas maneiras de economizar.

Anônimo disse...

A Dilma foi LIDER DE LOJA 1,99 que "quebrou" com uma "baita crise" mundial na época, aqui no sul chamada de "INCOMPETÊNCIA". De dona de lojinha 1.99 FALIDA DIRETO PARA A PRESIDÊNCIA e dai para o brejo foi
um abraço.

Anônimo disse...

Ainda bem que a revista época e veja tão coma credibilidade tão baixa que quase não agredito

Anônimo disse...

A MENTIRA TEM PERNA CURTA. E desde que o PT surgiu eu sempre afirmei e comprovei que o PT era uma GRANDE MENTIRA, assim como afirmo com todas as letras que o Pre-Sal e' um grande engodo do PT.

Anônimo disse...

Hoje a senhora Dilma não é mais presidenta do Brasil, o senhor lula que é. Esta instalado o maior golpe de uma república. O golpe das mentiras na eleição, o golpe de esconder a real situação econômica, o golpe das pedaladas fiscais, o golpe da corrupção. E eles ainda tem a coragem de dizer que nós é que estamos os golpeando. É a república da mentira assim como foi a república do lula. E lula também golpeia a Dilma, no fundo vai forçar a sua demissão para depois em 2018 vir como o salvador da pátria.
lula você não engana mais ninguém. Ouvi dizer que você chora pelos cantos, tenho certeza que você chora não pelo Brasil e sim por ter sido descoberto pelos seus mal feitos e não poder ser mais o Poder. Tenho certeza que o Brasil não deixará você ser novamente o presidente, ninguém confia em você. Acabou lula você é o novo Maluf, aliás você usou das mesmas armas que ele e também as a perdeu. Lembram Maluf e Pitta? Pois é, o mundo da volta, não se pode fazer nada de mal aqui, pois aqui se paga.

Anônimo disse...

O que você diz, anônimo das17:02? Não entendi!!!

Anônimo disse...

PMDB EXIGIU MAIS MINISTÉRIOS. VAI LEVAR MAIS TRÊS. ASSIM CAMINHA O BRASIL. TODOS SE COMPRAM E TODOS SE VENDEM.

Anônimo disse...

ISSO É O QUE QUEREM FAZER CRER.

Anônimo disse...

Qual a diferença de Dilma e de um sapo? É que este último ainda coacha!

Anônimo disse...

Muito engraçado ver militontos bocós ainda defendendo Lula...Nem os pobres acreditam mais no Lula...pois é a parcela da população que mais está sofrendo com a lambança que o PT fez na economia. Quem defende ladrão é cúmplice.Tneham vergonha na cara e se posiocionem a favor do país e seu povo sofrido, humilhado pelo PT com suas mentiras e suas roubalheira...Até a Petrobras conseguiram quebrar. Impressionante...Nunca se viu tamanho achaque aos cofres públicos no planeta.

Anônimo disse...

Está incomPeTenta é uma fantoche,quem desgovernou 13 anos é e foi o luladrao

Anônimo disse...

Quando será oficializado o real presidente da república que agora já nem esconde mais quem é que manda.

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