O ex-governador Tarso Genro precisou de cravados 19 dias para reagir ao libelo acusatório que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez contra o seu governo, acusando-o pela selvageria das contas públicas herdadas pelo governador Ivo Sartori.
Como se sabe, no dia 1o de setembro, falando para a bancada gaúcha na Câmara, o ministro abordou com precisão cirúrgica o tamanho dos estragos feitos por Tarso e o tamanho da herança maldita deixada para Ivo Sartori.
Na carta a seguir, enviada para o ministro da Casa Civil, mas não para Levy, o líder petista gaúcho tenta explicar o inexplicável.
Vale a pena ler seus argumentos, que são falsos como uma cédula de três reais.
Leia:
Excelentíssimo Senhor Aloísio Mercadante
M.D. Ministro de Estado da Casa Civil do Governo Federal
(c/c Ministro da Fazenda)
Assunto: Apresentação do Ministro da Fazenda na Comissão
de Finanças e Tributação da Câmara de Deputados sobre a situação fiscal do
Estado do Rio Grande do Sul
Senhor Ministro,
Em 01 de setembro do corrente o Sr. Ministro da Fazenda
realizou uma apresentação na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos
Deputados sobre a situação financeira dos Estados, particularmente do Rio
Grande do Sul. O objetivo era informar aos Senhores Deputados a real situação
das finanças públicas do RS, uma vez que o atual Governo do Estado tem atrasado
os salários do funcionalismo público e não vem honrando seus compromissos com o
Governo Federal.
Ao tomar conhecimento da apresentação do Ministro da
Fazenda na Comissão acima referida, não nos restou alternativa senão expressar
nossa estranheza pela abordagem escolhida pelo Senhor Ministro ao analisar as
contas do Rio Grande do Sul. Fato grave, na medida em que tal apresentação foi
dirigida à representação parlamentar do Estado no Congresso, podendo causar
desinformação e/ou possibilitar conclusões fundadas em uma visão estreita e
ideologizada da situação das contas públicas do Estado do Rio Grande do Sul.
Analisando o conteúdo de tal apresentação, não há como
não considerá-la rasa e parcial, na medida em que tratou apenas do período
2011/2014, desconsiderando os passivos históricos, ignorando o cumprimento por
parte do Estado dos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, das vinculações
constitucionais e dos compromissos com a União, como o pagamento em dia dívida
com a União, assim como com os demais credores. O Ministro, animado, chegou a
incluir na sua apresentação telas sob o título, “Apontamentos do TCE/RS”. Nem o
Governador ou Secretário da Fazenda do período analisado foi comunicado ou
avisado do evento do Ministro.
Abaixo discorremos alguns aspectos da situação fiscal do
Estado que foram solenemente ignorados pelo Sr. Ministro;
- O RS reduziu seu endividamento em relação à Receita
Líquida Real de 2,39% para 2,30%, no período 2011/2014, apesar da inclusão de
operações de créditos no período;
- O RS obteve espaço fiscal para novas operações de
crédito em decorrência do cumprimento da trajetória da dívida prevista na
Resolução 40, do Senado Federal que prevê limites decrescentes de endividamento
até 2016, resultado que foi possível em função do aumento real da receita de
ICMS alcançado no período 2010 a 2014, ano que a arrecadação na soma dos
estados foi negativa. (4,8%, nominal, enquanto o RS cresceu 7,5%).
- A partir de 2014 o Estado iniciou o pagamento integral
das parcelas contratadas, não mais utilizando o limite de 13%, começando a
redução do chamado resíduo e, portanto, reduzindo o estoque, mesmo antes do
efeito da LC 148/2014, pelo qual esse curso decrescente será acelerado. O
estoque da dívida se manteve ascendente, apesar dos pagamentos de todas as
parcelas, desde a edição da Lei 9.496/1997 até esta data.
- O Rio Grande do Sul cumpriu, portanto, a Lei de
Responsabilidade Fiscal no que se refere ao endividamento e, quanto aos gastos
de pessoal, esses ficaram em 45,74% da RCL, abaixo do limite prudencial do
Poder Executivo e do conjunto dos poderes;
- Quanto a capacidade de pagamento calculada pela STN,
através de uma metodologia de classificação arbitrada pelo próprio órgão, os
dados do Ministro mostram que além do RS, doze estados perderam uma posição,
nove permaneceram iguais, dentre esses RJ e MG, (que estão abaixo do RS) e
quatro estados melhoraram a sua classificação (PI, SE, MA e PA). Não parece
estranho? Mundo estranho este do Sr. Ministro;
- O déficit orçamentário de 2014 foi de R$ 1,266 bilhões,
menor em relação ao ano anterior que foi de R$ 1,394 bilhões;
- O resultado primário acompanhou a tendência do conjunto
dos estados, conforme os dados apresentados pelo Sr. Ministro: redução drástica
em 2014, saindo de R$ 23 bilhões positivos em 2011 para R$ 3 bilhões
(negativos) em 2014:
- Em dezembro de 2010, os recursos aplicados em saúde
eram da ordem de apenas R$ 5,83 bilhões/ano, resultando em enorme e reconhecida
precariedade destes serviços à população. Em dezembro de 2014 alcançamos R$
10,18 bilhões/ano aplicados, alcançando 12% da RLIT em saúde, instaurando uma
importante trajetória de recuperação destes serviços oferecidos aos gaúchos;
- Também é tema de debate um suposto aumento descontrolado
das despesas de pessoal. Visão estreita de quem enxerga a história em pedaços.
Não levou em consideração as sucateadas estruturas dos serviços de educação e
segurança que se encontrava no Estado ao final de 2010.Exemplos: em dezembro de
2010 o salário básico de um professor (20 horas) era de apenas R$ 356,62 e de
um soldado da Brigada Militar (dedicação exclusiva)R$ 1.172,82. Salários
aviltantes, resultantes de uma política de arrocho salarial, chamada de déficit
zero, que colocava risco a qualidade do ensino e da segurança pública no
Estado. Em dezembro de 2014 o salário dos professores era 76,68% maior (R$
630,10) e o dos soldados 104,5% maior (R$ 2.398,27). Note-se que era tamanho o
arrocho salarial no Estado, que medidas como as que tomamos apenas iniciaram um
processo lento de recuperação;
- Uma análise criteriosa da situação fiscal do Estado não
pode se limitar aos quatro anos da gestão sem ver os antecedentes que
impactaram fortemente os resultados. Isso só a ideologia explica.
- Em 2014 o RS destinou 26 % da receita corrente líquida
(RCL) para cobrir o déficit do sistema previdencio que, somado ao pagamento das
dívidas contratuais de aproximadamente 13% da RCL(União e outros), e aos
precatórios ( e RPVs), (decorrentes de uma lei salarial aprovada e não paga em
1995, conhecida como Lei Britto) muito comprometeu e ainda compromete as ações
de governo e os resultados fiscais. Foi nesse, Governo que instituímos pela
primeira vez, um Fundo previdenciário sustentável, inclusive com aumento de
alíquota de 11% para 13,25%, com recursos apartados do Tesouro;
- As finanças públicas de um ente da federação e a
economia de um estado são temas importantes e de alta complexidade que não
devem ser tratados de maneira vulgar e mecânica, com conclusões apressadas e
atrapalhadas com base em meia-dúzia de planilhas. Nunca é demais lembrar que a
complexidade da economia – e da vida – não cabe numa planilha. Economia e
matemática não são a mesma coisa. Trabalhar dessa forma é um desserviço ao país
e ao Rio Grande.
Caro Ministro Aloísio Mercadante,
acreditamos que problemas graves se resolvem sempre com
muito trabalho e muita dedicação, mas, acima de tudo, também com muita verdade.
Sabemos bem as dificuldades que tivemos de enfrentar e o que fizemos para
vencê-las; e carregamos conosco a convicção de que faríamos tudo de novo. Não
atrasamos salários e nunca deixamos de cumprir nossos compromissos com o
Governo Federal. Enfrentamos um a um todos os obstáculos de natureza
financeira, sempre respeitando direitos e garantindo a transparência dos nossos
atos.
A superação de problemas financeiros de natureza
estrutural exige sempre lucidez e coragem dos governantes. Responsabilidade e
ousadia. Bom exemplo disso é a iniciativa do Governo federal de recriar a CPMF,
um tributo justo, de base ampla e de difícil sonegação. Esteja certo de que
faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para auxiliar o governo a aprovar
esta medida.
Por fim, ao lhe apresentar nossos cumprimentos,
manifestamos nossa disposição de trabalhar e esclarecer tudo o que for
necessário para auxiliar o Governo Federal a construir instrumentos eficazes
para auxiliar o Rio Grande a superar a crise financeira que atravessa. Ao mesmo
tempo pedimos sua atenção para que as manifestações do Ministério da Fazenda
sejam, daqui para a frente, pautadas no profissionalismo e na
responsabilidade..
Atenciosamente,
TARSO GENRO
Governador do RS período 2011/14
ODIR TONOLLIER
Secretário da Fazenda RS período 2011/14
12 comentários:
É o Rolando Lero em plena forma ...
Tarso deveria estar é preso por ter destruído financeiramente o Rio Grande do Sul e não ficar com nhémnhémnhém.
Eu entendi o que o Tarso disse, resumindo pra quem não entendeu:
-O seu governo deixou o estado em condições de se endividar ainda mais;
-O seu governo honrou compromissos pegando recursos de onde podia e de onde não deveria, endividando ainda mais o Estado;
-Aumentou irresponsavelmente as despesas com pessoal;
-O governo Sartori não pode aumentar impostos mas o governo Dilma pode.
"Mas que bom seria se o PT entendesse economia"!
Este crápula é o mestre da hipocrisia... o mais alto grau da compulsão por mentir e enganar... enfim... um verme!!!
Ué... ele não foi morar em Cuba?
Ou os cubanos são mais inteligentes e não o querem por lá?
É PERDA de tempo ler ou ouvir este DISSIMULADOR!
"Mentir é preciso,viver não é preciso",Mantra da esquerda retrógrada.
Políbio,
O Tarsinho esta com saudades do tempo que elle "ditava" as reportagens para a Zero Hora.
JulioK
O Atraso Genro mandando cartinha de explicações para o Merdandante. Ainda cheia de mimimis. Não sei se rio ou choro.
Tarso concedeu aos devedores do ICM, que se beneficiaram com o desconto de 75% (setenta e cinco por cento) nas dividas do ICM, cobrados na justica ha mais de 25 anos. Assim o PT roubou da populacao os 75% de abono da divida para poder pagar com os outros 25% os compromissos do estado do RGS. Seria bom se tu, tarso, vendesse teus bens, aptos, carro com esse desconto, 75%.
Que vergonha esse desconto. que irresponsabilidade com o dinheiro publico.
Ou melhor, abra mao de 75% da tua aposentadoria do governo do estado do RGS. Nao paga o mal que fez, mas podes sentir o significado. Nov.2014-ja nem era mais governador.
Cadeia.....
Hahaha. O almofadinha Tarso Genro cheio de mimimi pro Mercadante. Nao foi avisado que o levy iria utilizar os dados dele. Da pra levar a serio essa pessoa? Traz meu alucinogeno que vou pingar nos olhos.kkk
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