Os repórteres Andreia Sadiu e Marina Dias, contam na edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo, que o editor acabou de ler, que o rompimento formal do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff levou integrantes
do Palácio do Planalto a considerar o momento atual como o de "uma crise
institucional gravíssima".
Leia toda a reprotasgem:
O termo, usado por ministros ouvidos pela Folha, foi
definido após a confirmação do rompimento –uma reação de Cunha, que culpa o
governo pelo que chama de ação orquestrada da Procuradoria-Geral da República
para que o lobista Julio Camargo dissesse que deu US$ 5 milhões em propina para
ele.
Até então, o lobista, investigado na Operação Lava Jato e
que virou delator, negava ter passado suborno a Cunha.
Após o anúncio oficial do rompimento, na manhã da
sexta-feira (17), os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva
(Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) discutiram uma reação ao
posicionamento do peemedebista.
A ordem era a de não tensionar ainda mais a relação com o
presidente da Câmara, tom adotado em nota divulgada pelo Planalto.
Nos bastidores, o entendimento é de que o Executivo já
estava fragilizado com o ativismo do peemedebista no comando da Câmara, somado
ao desgaste pela crise econômica e às denúncias de corrupção da Operação Lava
Jato, envolvendo petistas, aliados e integrantes do governo.
Assessores presidenciais afirmam que a nova revelação
sobre Cunha "equilibra" o jogo, pois enfraquece o peemedebista no
momento em que o governo enfrenta um inferno astral no Congresso, com derrotas
em projetos considerados cruciais para o Planalto, como a aprovação do reajuste
do salário dos servidores do Judiciário pelo Senado e a redução da maioridade
penal pela Câmara.
Ministros enxergam no enfraquecimento de Cunha a abertura
de espaço para novas lideranças se destacarem no Congresso. E há quem defenda
que o Planalto deveria procurar o PSDB e tentar um acordo para isolar de vez o
peemedebista e desestabilizar seu exército de aliados.
Por outro lado, assessores presidenciais dizem que as
previsíveis retaliações de Cunha devem piorar a situação do governo, que já
enfrenta uma crise de credibilidade –a aprovação de Dilma Rousseff está na casa
dos 10%.
O PMDB, partido tanto de Cunha quanto do vice-presidente,
Michel Temer, também vê a situação como aguda.
Na própria quinta (16), quando vieram à tona os termos do
depoimento de Julio Camargo, Cunha e Temer reuniram-se na Base Aérea de
Brasília com Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, que compõe a trinca
de poderosos do PMDB e que também é citado na Lava Jato.
Houve um consenso: que a governabilidade não será
retomada enquanto o petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que é
chefe da Polícia Federal, estiver no cargo. Cardozo já teve de reafirmar a
independência da PF após a pressão de sua própria legenda; agora enfrenta o
maior partido aliado do governo.
Restará, na avaliação do comando do Planalto, saber qual
será a atitude do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Está nas mãos
de Janot uma eventual denúncia à Justiça contra Cunha e Renan. Isso, na visão
do Planalto, enfraqueceria de forma mais decisiva os antigos aliados que hoje
são adversários abertos do governo.
Janot está em campanha para ficar em primeiro na lista
tríplice que Dilma irá analisar, em setembro, para comandar a
Procuradoria-Geral. Uma denúncia contra "peixes graúdos" é vista como
um passaporte para a recondução.
RETALIAÇÃO
A retaliação mais dura que pode vir de Cunha é ele
avançar com um eventual processo de impeachment contra a presidente. Aliados do
peemedebista falam que o "timing" desta decisão será determinado pela
intensidade das manifestações contra Dilma marcadas para 16 de agosto.
Enquanto isso, na sexta, o presidente da Câmara notificou
deputados que têm pedidos de impeachment parados no Congresso para que
refizessem os ofícios para cumprir requisitos legais.
Além disso, Cunha acelerou a instalação da CPI do BNDES,
que preocupa o governo. Segundo a Folha apurou, petistas temem que o presidente
do banco, Luciano Coutinho, seja instado a falar sobre supostos pedidos de
ajuda a empresários para a campanha de Dilma em 2014.
8 comentários:
o governo achou que o Cunha era o Demóstenes...
manés petistas, vão todos se lascar...
e Cunha ainda nem convocou a força da bancada evangélica para lhe dar apoio...
O governo bolivariano, incompetente, irresponsável, intrisecamente corruPTo e cínico é o maior responsável pela profunda crise econômica e social do Brasil, não temos na verdade gestores somente uma anta e seus filhotes, todos subordinados ao lobista e estelionatário de Garanhuns.
Crise institucional gravíssima será se a Dilma continuar no cargo!!!!
Ex-ministro de FHC critica prisões 'sem pena' de Moro:
José Carlos Dias, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, alerta para as longas prisões preventivas que vêm sendo decretadas pelo juiz Sergio Moro, antes que os alvos sejam condenados ou mesmo denunciados pela Justiça; "O justo clamor por moralização e combate à corrupção faz, por vezes, soar um ruído perigoso de aplauso às prisões sem pena. O anseio punitivo pode estimular excessos por parte daqueles aos quais é atribuída a tarefa de decidir com equilíbrio", diz ele; segundo Dias, o Brasil estaria diante do risco de "caos da insegurança jurídica....
Poder é Executivo e o Legislativo o resto é o resto
Tá cheirando Artigo 142 da CF !!!
O Cunha emparedou o governo porque é na base do eu caio e arrasto todos vocês juntos.
O P.T. e o P.M.D.B. administraram o Brasil. ao longo de quatro anos, no governo de Dilma e Temer. Estes dois omitiram a realidade econômico- financeira e aceitaram a mentira como instrumento para a reeleição. Entendo que eles devem completar o mandato. O Vice Presidente deve assumir frente a falta de confiança e desmoralização da Presidente. O P.S.D.B. não deve participar de baile de cobra, pois seria uma estupidez histórica. Carlos Edison Domingues
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