Se todos os demais setores da economia tivessem direito
ao seu próprio programa de manutenção dos postos de trabalho, ainda assim seria
praticamente impossível segurar a taxa de emprego neste ano. Não há FAT ou
política de desoneração da folha capaz de compensar o esfarelamento da área de
construção civil no país. Nenhuma outra atividade tem deixado um número tão
expressivo de trabalhadores pelo caminho.
A análise é do Relatório Reservado de hoje. Leia tudo:
Os dados são assustadores; só não vê
quem não quer. Entre maio de 2014 e maio de 2015, o Brasil registrou, no total,
um decréscimo de aproximadamente 593 mil postos de trabalho. Sozinho, o
segmento de construção entrou com 56% dessa estatística macabra, informa o
Relatório Reservado. Significa dizer que mais de 334 mil vagas viraram pó em 12
meses, o equivalente a quase mil carteiras de trabalho a menos por dia nos
canteiros de obra do país.
Há pouco mais de um ano, o setor representava 6,4% de
todos os empregos do país. Hoje, este índice já está em 5,8%. E que ninguém
pense que a devastação está restrita à indústria da construção pesada,
duramente afetada pela paralisia de investimentos em infraestrutura. Este nicho
do mercado, de melhor remuneração, perdeu mais, é verdade: 174 mil postos de
trabalho em 12 meses, o correspondente a 29,4% de todas as vagas fechadas no
Brasil. No entanto, o segmento de construção civil não ficou muito atrás: a
degola atingiu 160 mil empregos, ou 27% do total. A deterioração do setor de
construção tem um enorme efeito corrosivo sobre a economia como um todo. Cada
R$ 1 milhão que deixa de ser investido em obras significa um corte de R$ 1,6
milhão em termos de valor adicionado. Se convertida em gente, a perda é ainda
mais dolorosa: 56 postos de trabalho a menos.
Este quadro é consequência direta de uma trágica
combinação. De um lado, a Lava Jato, que criminalizou quase um setor inteiro e
atinge o futuro das empreiteiras, por praticamente inviabilizar sua entrada em
novos projetos na área de infraestrutura; do outro, a grave crise financeira do
Dnit, um explosivo de efeito imediato, que espalha estilhaços por obras já em
andamento. Some-se a isso os cortes de investimento decorrentes da política de
ajuste fiscal do governo. É como se as bombas de Hiroshima e Nagasaki caíssem
no mesmo lugar e na mesma hora, num catastrófico sincronismo.
O mais estranho é que um setor com tamanho impacto
econômico e social como a da construção civil tenha sido colocado à margem dos
seguidos programas de manutenção dos postos de trabalho. Parece até que o
esquecimento tem como segundas intenções reduzir o salário real do trabalhador
com o objetivo de colaborar no ajuste fiscal e no combate fiscal. O governo
joga uma roleta russa, que salva, sim, alguns segmentos da economia intensivos
em mão de obra, mas atinge a femoral do maior de todos os empregadores do país.
Curiosa seleção nem tão natural assim. Mecanismos como a desoneração da folha
de pagamentos e o recém- anunciado Programa de Proteção ao Emprego têm servido
para eleger uma elite do trabalho. Alguns setores vêm merecendo uma deferência
negada a outros. No fim das contas, a quem é essa deferência: ao trabalhador ou
ao empregador?
7 comentários:
OBRIGADO ESQUERDALHA MALDITA DE SATANÁS !!!!
OBRIGADO COMUNISTAS MALDITOS E LADRÕES !!!!
VÃO SE FO$#@! !!!!
PÓ TÁ VIRANDO A PACIÊNCIA DOS BRASILEIROS.
todos vao votar no lula em 2018. conheço nosso gado
ONDE O PT TOCA,VIRA O CAOS,BADERNA,ESCULHAMBAÇÃO,CORRUPÇÃO.O MISTÉRIO E ISSO CHEGA A SER REALMENTE UM MISTÉRIO,É SABER COMO ESTA GENTALHA CONSEGUIU CHEGAR AO PODER E SE MANTER LÁ COM TODA ESTA ROUBALHEIRA.É SEM EXPLICAÇÃO TUDO ISSO.NUM PAÍS DECENTE,SÉRIO,DESENVOLVIDO,ESTA ESCUMALHA JÁ ESTAVA ATRÁS DAS GRADES.AQUI COMO É UM PAÍS POBRE,ATRASADO,FICA O DITO PELO NÃO DITO.
Esse anônimo das 12:56 é petralha !!!
Com essa massa de milhares de desempregados, por um lado será bom para quem vai construir, fazer reformas ou um puxadinho em casa, a concorrência vai fazer baixar o preço da mão de obra dos pedreiros, serão centenas de milhares de trabalhadores fazendo bico, e pasmem, não entrarão para as estatísticas de desempregados. Valeu PT, valeu Dilma!
sou nao! dizer que nosso gado vai votar no lula nao significa que eu concorde. nao sou jornalista que critica governos e poupa os idiotas que os elegem.
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