Na foto ao lado, o publicitário gaúcho Ricardo Hoffmann, Cachoeira do Sul, saindo do IML de Curitiba.
Em reportagem assinada por Mário Cesar Carvalho, enviado especial a Curitiba, a Folha revela esta manhã que o publicitário Ricardo Hoffmann, preso sob suspeita de
ter pago propina ao ex-deputado André Vargas para conseguir contratos com
órgãos do governo como o Ministério da Saúde e a Caixa Econônica Federal,
decidiu fazer acordo de delação premiada para ter pena menor.
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O acordo deve ser assinado nos próximos dias, de acordo
com três profissionais que participam das negociações.
Hoffmann é acusado de usar fornecedores da agência da
qual era vice-presidente em Brasília, a Borghi Lowe, para fazer repasses de R$
3,17 milhões para uma empresa controlada pelo ex-deputado, que deixou o PT no
ano passado e está sem partido.
Vargas tinha influência na Saúde e na Caixa, segundo os
investigadores da Operação Lava Jato, e recebeu o suborno por ter ajudado a
agência a conquistar as duas contas. O deputado também está preso em Curitiba
desde o dia 10.
Procuradores e delegados da Polícia Federal que atuam na
operação suspeitam que o esquema encontrado nesses dois órgãos, no qual
produtoras de publicidade faziam o repasse do suborno a mando da agência, seja
comum em outros órgãos públicos.
Entre as empresas que fizeram pagamentos a Vargas por
ordem do publicitário, estão produtoras conhecidas como a 02 Filmes
Publicitários, que tem como sócio o diretor Fernando Meirelles, de "Cidade
de Deus", e a Conspiração, que produziu o filme "2 Filhos de
Francisco".
A agência para a qual Hoffmann trabalhava também decidiu
colaborar com a investigação, mas não está decidido se ela fará um acordo de
leniência, o equivalente à delação premiada para empresas, ou só irá entregar o
resultado de uma auditoria interna que fez no ano passado.
Essa auditoria levou a Borghi Lowe a demitir o
publicitário em dezembro, por quebra do seu código de ética.
A agência FCB Brasil, que ordenou um repasse de R$ 311
mil para Vargas, também está disposta a colaborar. Hoffmann ajudou a FCB Brasil
a conquistar uma conta na Petrobras. A Borghi Lowe e a FCB fazem parte do mesmo
grupo, o Interpublic, dos EUA, considerado um dos gigantes mundiais da
publicidade.
Em depoimento à polícia, Hoffmann disse que acertou o
esquema de repasses para Vargas com o presidente da Borhi Lowe, José Borghi. Em
nota, Borghi negou enfaticamente conhecer Vargas ou ter autorizado o pagamento
de suborno e frisou ter uma carreira pautada pela ética.
Até o momento não há nenhuma acusação contra as duas
agências de publicidade, mas só contra Hoffmann.
A Borghi Lowe recebeu R$ 1,07 bilhão entre 2008
e 2015 do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal, em valores não
corrigidos, conforme aFolha revelou na edição de terça (21). Esse valor,
no entanto, não ficou todo com a agência: cerca de 85% do dinheiro é usado para
pagar os meios em que os anúncios são veiculados, como jornais e canais de TV.
De acordo com as investigações, o suborno era repassado a
Vargas pelos fornecedores das agências de publicidade por meio do pagamento do
chamado "bônus de volume", ou BV no jargão do mercado. Trata-se de
uma comissão equivalente a 10% do valor de cada contrato. Se um filme custa R$
2 milhões, a produtora devolve R$ 200 mil à agência que a contratou. No caso
investigado agora, o dinheiro era depositado para uma empresa de Vargas em vez
de voltar para a Borghi.
A Borghi e as empresas do governo proíbem essa prática
por considerá-la uma forma disfarçada de suborno e porque ela eleva os custos
dos comerciais –os 10% poderiam, por exemplo, ser convertidos em descontos.
O advogado de Hoffmann, Marlus Arns, e as agências Borghi
Lowe e FCP Brasil não quiseram se pronunciar sobre o acordo de delação.
2 comentários:
virou brincadeira essa lava jato..qualquer picareta ladrão privado que qr ficar solto e ser absolvido põe no do outro e se livra mas que vergonha, todo esse processo deve ser anulado por ser jogo pra torcida desse juizeco de merda
Apesar da torcida insana de alguns alienados para que o processo seja anulado, me parece que o Dr. Moro está com os pés bem firmes no chão, não fazendo muito caso desses imbecis.
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