Neste artigo publicado na edição deste mês da revista VOTO, intitulado "O diagnóstico econômico e as velhas práticas", o economista Ricardo Hingler demonstra que o avanço estatal sobre o PIB é que vem gradativamente
retirando competitividade da economia brasileira e explica, em grande parte, o
porquê da situação quase sem solução a que chegamos. O resto é acessório.
Leia tudo:
Novo governo, velhas medidas. O que se tem visto nos
primeiros meses de 2015, já sob a nova administração no Ministério da Fazenda,
não passa de mais do mesmo. Antigos e conhecidos problemas aparecem com as
explicações de sempre, em que o próprio erro nunca compõe as explicações
apresentadas. Diagnóstico é uma palavra que estamos acostumados a ouvir na área
médica, onde qualquer tratamento é precedido pela correta descrição do mal que
atinge o paciente. Na economia, assim como em outras diversas áreas, nada se
encaminha sem um diagnóstico adequado.
Atualmente, os sintomas que assolam a economia brasileira
são públicos e evidentes: inflação acima do teto da meta; dólar em disparada;
projeção de recessão; queda no emprego; produção industrial e vendas do varejo
em desaceleração; baixos níveis de investimento; elevação dos juros básicos e
do crédito; e comprometimento de cadeias que outrora estimulavam a matriz
produtiva – onde o caso da Petrobras é apenas o mais evidente. A soma desses
elementos justifica as baixas expectativas da sociedade, configurando uma crise
gravíssima. Nesse cenário, quem a nega parece brincar de avestruz, com a cabeça
enfiada em um buraco.
Quando se fala em diagnóstico, é evidente que existe um
conjunto de fatores e de erros na condução da política econômica brasileira que
podem explicá-lo. No entanto, aquele que me parece ser o mais evidente é o
crescente inchaço do setor público. Essa expansão da máquina se apodera de
parcelas crescentes da riqueza nacional, elevando a despesa e enviando sempre a
conta para a sociedade – mediante aumento dos impostos.
Em uma análise rápida, vemos que, entre o primeiro ano do
governo Sarney e o quarto ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, a carga
tributária em relação ao PIB saltou de 24% em 1985 para quase 37% ao fim de
2014. As recentes medidas divulgadas pelo ministro Joaquin Levy trazem um
receituário previsível. Nele, um conjunto de impostos e contribuições eleva
significativamente a arrecadação, justamente em um momento no qual a economia vai
desacelerar. Ao menos é o que apontam as previsões unânimes do mercado. Assim,
o que se vislumbra é nada mais do que a continuação da pressão provocada pelos
tributos.
Aumentar a carga tributária em uma economia em
desaceleração é agir na contramão de tudo. Ações como essa estimulam a
recessão. Lembrando: imposto onera custo de produção, gera aumento de preços,
reduz lucratividade e capacidade de investimento – tanto de empresas e pessoas
quanto do consumo. O efeito contracionista da economia se associa ao atual
ciclo de expansão da taxa Selic. Aumentar a taxa básica de juros, tentando pelo
menos trazer a inflação de volta aos 6,5% anuais, induz ainda mais à
desaceleração. Nesse meio tempo, é preciso conviver com o aumento do dólar e
seu efeito inflacionário. Isso sem esquecer as altas dos combustíveis e da
energia elétrica.
O aumento do gasto público estará sempre no centro das
explicações para a situação em que chegamos. Nenhuma economia passa incólume
por uma expansão de carga tributária como a verificada no Brasil – agravada
pelo fato de que o qualitativo do gasto é muito ruim. Basta ver a péssima
qualidade dos serviços prestados e o baixo nível de investimentos. Podemos
dizer que chegamos ao fim de um modelo que gerou uma questão estrutural sem
volta. Dificilmente se retornará a níveis de carga significativamente inferiores
aos atuais – o que seguirá afetando a competitividade da economia.
Lembrando dos déficits previdenciários do setor público e
do privado, que também compõem o arcabouço de erros na gestão econômica dos
últimos anos, pode-se dizer que o inchaço e o tamanho do Estado seguirão nos
assombrando. Infelizmente, a conta começou a ser apresentada para a sociedade,
que tende a conviver com tributos em alta e economia em baixa. A farra fiscal
sempre cobrará seu preço. É somente questão de tempo.
4 comentários:
Estes socialistas são tão burros e imbecis que não se dão conta de que onde não existirem empresas privadas não existirão impostos.
Ou quem sabe as antas pensam que podem se sustentar com todo mundo vivendo às custas do governo?!
É gente muito atrasada e burra! Uns imbecis e néscios!
Tem que escolher: 100% socialista ou 100% capitalista.
Não dá mais para ficar no meio. Ficar no meio é contra os trabalhadores privados, todos.
Anônimo das 15:27
É como eu já comentei antes: a mente comunista é infantil e incapaz de tecer relações lógicas básicas de causa e efeito, para eles o dinheiro vem do banco, o algodão vem da farmácia e o leite vem da padaria.
Qualquer semelhança com a situação do co-piloto que se trancou na cabine e matou todos não é mera coincidência. Os cubanos não vão desistir que nós continuemos a bancar o Foro de São Paulo, ou seja, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina. Também a Unasul, os Sindicatos, as ONGS, os assistidos, os sem terras, os sem casa, sem pensão é um montão mais de apaniguados desses corruptos. Só a desobediência civil pode nos salvar sem disparar um só tiro
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