Governo deixa o dólar desandar. Meta de inflação vai para o espaço.

CLIQUE AQUI para ler, também, entrevista com José Júlio Dantas -

Na análise a seguir de Fernando Dantas, Estadão desta tarde, intitulada "Governo parece ter firmado posição de deixar real depreciar", o economista informa que há poucos dias o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deu declarações indicando que a equipe econômica enxerga com naturalidade o forte movimento recente de depreciação do real. Já o Banco Central (BC), a partir da semana passada, deixou de rolar 100% dos swaps cambiais que vencem.

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Um experiente analista nota de que esses sinais de que o governo está aceitando mais a alta do dólar foram mantidos desta vez mesmo num momento de tensão nos mercados. Porque, ele lembra, desde que a nova equipe foi anunciada no final do ano passado, algumas vezes aconteceram sinalizações de que a intervenção poderia diminuir - em declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy -, mas estas foram seguidas ou por retificações ou por novas colocações, no sentido contrário, por parte da equipe econômica.

Embora o grande teste seja o anúncio a ser feito sobre o futuro do programa de swaps cambiais no fim de março, as indicações agora parecem pender fortemente na direção de um câmbio menos administrado.

Uma possível explicação para isso, continua a fonte, é que, diante do aparentemente inexorável rompimento do teto de tolerância da meta de inflação (6,5%) em 2015 - a mediana da projeção do mercado do IPCA subiu para 7,77% -, o governo simplesmente relaxou quanto ao IPCA deste ano. Nesta ótica, melhor que a inflação suba tudo o que puder em 2015, e o menos possível em 2016. Assim, segurar a depreciação agora poderia apenas postergá-la, distribuindo seus efeitos inflacionários mais na direção do próximo ano.

Uma outra discussão é sobre o desajuste de preços relativos no Brasil. Apesar da grande depreciação nominal desde 2011, a inflação dos bens não negociáveis internacionalmente (non-tradables) ainda corre bem acima da inflação dos bens negociáveis (tradables), como observado pelo economista José Júlio Senna em entrevista publicada hoje pelo Estado de São Paulo.

O governo, compartilhando a inquietação de muitos analistas, deve estar preocupado com o fato de a economia brasileira estar parada (este ano deve inclusive recuar) com um déficit em conta corrente acima de 4% do PIB. É uma situação que poderia levar a uma parada súbita de financiamento externo, na qual o trauma em termos de depreciação, inflação, juros, desemprego e queda da renda poderia ser bem superior ao de um ajuste administrado. É evidente que segurar a depreciação cambial só aumenta esse risco.


O economista José Oreiro, da UFRJ, vê a depreciação como necessária e acha que ela ainda não chegou no ponto que restaura a competitividade industrial - a seu ver, entre R$ 3,20 e R$ 3,40. Além disso, Oreiro nota que depreciações puxadas pelo mercado tendem ao "overshooting", isto é, vão além do nível de equilíbrio antes de voltar. "Ainda tem muita desvalorização pela frente", diz.

5 comentários:

Anônimo disse...

Políbio,

O BACEN "jogou a toalha" em relação ao Dolar e a Inflação.

Não veremos mais o Tombini falar de "meta" para a inflação.

Quanto ao dolar, o "mercado" vinha sendo condescendente com o Governo, mas agora esta sem paciência.

JulioK


Anônimo disse...

foi-se...

acabou...

destruíram o Plano Real com a ajuda dos seus eleitores...

estamos à deriva...

Anônimo disse...

ACABARAM com o REAL! Aguardaremos o retorno do Cruzeiro após indexação geral.


Anônimo disse...

Políbio, o melhor investimento para o rumo que está tomando o país, é comprar ouro ou dólar, não contar para ninguém e enterrar no quintal! Com o avanço do bolivarianismo ficará muito arriscado manter dinheiro em bancos e até mesmo possuir alguma propriedade, pois serão confiscado pelo governo comunista! Estou avisando agora porque depois será tarde demais!

Anônimo disse...

A única "Meta" do governo é acabar com o País.

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