Leia toda a reportagem. A ilustração e resumo ao lado são também do Estadão.
Segundo cálculo do economista Mansueto Almeida, feito a
pedido do Estado, as medidas anunciadas pela nova equipe conseguiram reunir até
agora R$ 45 bilhões dos cerca de R$ 66 bilhões que fixou como meta para 2015 (o
compromisso é fazer o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto do ano).
Ocorre que apenas R$ 7 bilhões são cortes na máquina pública, basicamente de despesas
de custeio, como cafezinho e xérox.
O grosso dos recursos, R$ 38 bilhões, vai sair do
orçamento das famílias (veja quadro abaixo). Uma parte virá da cobrança de
tributos, como a volta da Cide nos combustíveis e a mudança no Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), com o fim da desoneração de veículos e a alta
na taxa para cosméticos. Um estudo da LCA Consultores, encomendado pelas
indústrias do setor, concluiu que um simples batom – que pelas estimativas vai
subir mais de 12% – dará um quinhão ao ajuste fiscal. “Não tinha como ser
diferente porque esforço fiscal se faz com corte de gasto ou alta de tributo”,
diz Mansueto. “Ainda assim, o governo terá dificuldades para cumprir a meta.”
Para o economista, nem tudo que é esperado virá. Os R$ 18
bilhões estimados com as mudanças em benefícios sociais, como pensão das viúvas
jovens e seguro-desemprego, devem cair a R$ 3 bilhões. Outras despesas, como o
Bolsa Família, vão crescer e reduzir os ganhos da medida. O fim da desoneração
da folha de pagamento, por sua vez, gerou tanta polêmica que, para Mansueto, é
uma incógnita. Ele nem a considerou na estimativa. “Para fechar a meta, o
governo terá de fazer um corte brutal de investimentos ou elevar carga
tributária, punindo o já comprometido crescimento.”
Contas engessadas. Matematicamente, o superávit primário
se dá quando a receita é maior que a despesa (excluindo-se gastos com juros).
Assim, ele sinaliza que não vai deixar a dívida pública fugir do controle, o
que fortalece a confiança dos investidores e gera um ciclo virtuoso na
economia.
O Estado brasileiro sempre gastou demais. Em parte, com a
proliferação de órgãos e funcionários. Pesam também as obrigações com a
população, principalmente após a Constituição de 1988. O governo deve garantir
previdência, saúde e educação universais sem ter mecanismos financeiros
adequados. “Os benefícios criados na Constituição atentam contra a aritmética”,
diz William Eid Junior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da
Fundação Getúlio Vargas.
Para os economistas, após a crise de 2008, a política
adotada pelo governo aprofundou as distorções: houve excesso de desonerações e
benefícios setoriais, além de outros mecanismos de intervenção na economia que
levaram à queda da arrecadação, do investimento e do crescimento. “O
descontrole dos últimos anos foi grave”, diz o economista Marcos Lisboa (leia a
entrevista na página 3).
O governo sinaliza que pode cortar ministérios para dar a
sua contribuição. A medida, porém, diz o economista Fábio Klein, da Tendências
Consultoria, é “simbólica”. Os ministérios virariam secretarias. Não haveria
demissões. A conta em pouco cairia. Só uma reforma no Estado mudaria o cenário.
3 comentários:
Emprestimos e doacoes para Bolivia, Venezuela, Cuba, 39 Ministerios, CC e etc e quem paga a conta é o trabalhador, assim nao tem graca, ti fraga né !
Para variar, é no lombo do contribuinte que a coisa "pega"!
Indago: e esses ministérios que nem deveriam existir; as espúrias verbas de publicidade; as campanhas eleitorais bancadas pelo estado; as mordomias, os cartões corporativos; a maldita Brasília que deveria ser riscada do mapa; as roubalheiras em todos os cantos?? Como fica isso?
Os cortes que precisam ser feitos ficam na cabeça ... a começar pela Dilma e pelos cabideiros do PT!
Fora com essa tranqueira !!
Esforço está fazendo o brasileiro para pagar suas contas no final do mês.Os sanguessugas da pátria continuam gastando.
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