A recessão e a inflação alta desaqueceram a economia e no RS os reflexos já começaram. Não é o caso apenas de empresas como a Marcopolo, que ontem concedeu novas férias forçadas ao seu pessoal. Quem não recua, já não investe ou reduz o ritmo dos investimentos. É o caso da Stara, empresa familiar gaúcha de implementos
agrícolas, que registrou em 2014, em linha com o desaquecimento do mercado de
máquinas, retração de 29,2% em seu faturamento na comparação com
2013, para R$ 750 milhões. Para 2015, a expectativa é repetir o desempenho do
ano passado. Apesar da perspectiva pessimista, a Stara mantém firme
seu plano de investir R$ 250 milhões para expandir suas operações nos próximos
anos. Mas o ritmo de aplicação dos aportes será menor. Previstos inicialmente
para serem aplicados até 2017, os recursos agora deverão ser investidos até
2019. A primeira etapa, em 2013, absorveu cerca de R$ 110
milhões, aplicados principalmente na mudança do sistema de gestão da companhia,
na instalação da empresa financeira da Stara e na construção de parte da nova
fábrica de tratores da companhia, em Não-Me-Toque (RS). A Stara já mantém uma
unidade no município gaúcho e conta com outras duas plantas no Rio Grande do
Sul – uma na cidade de Santa Rosa e outra em Carazinho. A produção de tratores da companhia deverá ser
transferida para a nova unidade no segundo trimestre deste ano. A unidade, de
60 mil metros quadrados – 22 mil já foram ocupados -, terá capacidade para
produzir aproximadamente mil unidades por ano.Atualmente, a Stara produz tratores de 105 cavalos de
potência (hp). Um segundo modelo, de 180 hp, deverá ser fabricado a partir de
maio. A meta, segundo Trennepohl, é que a empresa tenha em 2025 uma
participação de 15% no mercado de tratores da América Latina. "Agora somos
irrelevantes [em tratores], diz. A companhia começou a comercializar tratores em 2012.
Mas, até recentemente, o conteúdo desses equipamentos era importado. Somente a
partir de outubro de 2013 a Stara iniciou a fabricação no país. A produção
atual ainda é pequena – entre 150 e 170 unidades em 2014 -, mas, de acordo com
Trennepohl, está nos planos da empresa a produção de máquinas e tratores
maiores.
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