Dono da Engevix diz que foi extorquido pela Petrobrás para o governo comprar a base aliada

O vice-presidente da construtora Engevix e dona do Estaleiro Rio Grande, RS, Gerson de Mello Almada, preso na sétima fase da Operação Lava Jato, apresentou nesta quarta-feira defesa à Justiça Federal do Paraná em que afirma que foi “extorquido” pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e diz que só pagou propina em contratos com a estatal porque o então dirigente “exigia” o desembolso dos recursos e “ameaçava” os empresários. “O que ele [Paulo Roberto Costa] fazia era ameaçar, um a um, os empresários, com o poder econômico da Petrobras. Prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da megaempresa com o poder político do governo”, relata a defesa. O Jornal Nacional da noite desta quinta-feira apresentou ampla reportagem sobre o assunto. 

Para Almada, a Petrobras não pode ser considerada “vítima” do esquema criminoso, e sim uma engrenagem do petrolão, já que teria sido utilizada como forma de arrecadar dinheiro para a distribuição de propina e para a engorda de caixas de partidos políticos. 

“O pragmatismo nas relações políticas chegou a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias”, afirma. 

“[Almada] tem em comum com os demais presos – e boa parte do empresariado – o fato de ser testemunha ocular do possível maior estratagema de pilhagem de recursos públicos visto na história recente. Compõe, tão só, o grupo de pessoas que pecaram por não resistirem à pressão realizada pelos porta-vozes de quem usou a Petrobras para obter vantagens indevidas para si e para outros bem mais importantes na República Federativa do Brasil”, completa. “Diz que a acusação recai sobre os empreiteiros, e não diretamente sobre a Petrobras. 

Com isso, quer-se disfarçar do grande público, dos investidores, a realidade simples: a sociedade por ações foi utilizada, pelo controlador, para fins ilegais, graças à atuação e à omissão de seus administradores, cooptados para o objetivo ilegítimo de poder político”.

5 comentários:

ganhatudo disse...

Quem é o CONTROLADOR? Leia-se: O GOVERNO FEDERAL na pessoa do Presidente da República. Todos os demais atores são peças subordinadas ao Presidente da República e agiam em seu nome.
Alguma dúvida?
Alguém acredita que um esquema assim poderia funcionar sem o conhecimento e sem a ordem principal do primeiro mandatário da nação?
Impossível.

Anônimo disse...

Políbio,

Para "tirar" uma medição de obra de dentro da Petrobras existem dois caminhos.

O caminho do "calvário" é aprovar pelo MÉRITO DA CONSTRUTORA.

Já o caminho da "bonanza" é facilmente atingido com PEDÁGIO.

O que a ENGEVIX descreve é verdadeiro em "cada vírgula".

Escrevo isto porque VIVI NA CARNE esta situação.

O "poder" da Petrobras é algo inimaginável. O editar não faz ideia!!!

Para o bem do Brasil, a Petrobras deve ser esquartejada e vendida.

JulioK


fred oliveira disse...

Quem não sabe que é esse o esquema? Os empresário se moldam à ele. É a estatal que estimula a propina. No caso em pauta, o pt tirou proveito, assim como seus membros, do dinheiro desviado da petrobrás. Pelo menos é isso que as delações e investigações vem demonstrando.

Anônimo disse...

Ninguém no PT age sem ser ungido pelas ordens do chefão, aquele cara que é conhecido como o psicopata de Garanhuns!

Anônimo disse...

E quem do Governo foi preso até agora?? Alguém daquele maldito Conselho que aprovou a compra de Pasadena - fora os peixes pequenos??

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