A colunista Vera Magalhães, Folha de São Paulo, faz hoje
uma análise, intitulada "Análise: Empreiteiras reagem à estratégia do
governo de jogar culpa no cartel" e revela que acusadas de formar um
"clube" para dividir obras da Petrobras, as empreiteiras investigadas
na Operação Lava Jato reagem e apontam a própria empresa como a responsável por
ditar as regras dos acertos que levaram aos desvios bilionários na estatal. Ao lado, Ricardo Pessoa, dono da UTC, líder da reação.
. Leia tudo e entenda a tentativa da Petrobrás de fugir
das responsabilidades:
As primeiras iniciativas para tentar reagir ao que as
empreiteiras veem como uma estratégia do governo para poupar a Petrobras de
processos internacionais e seus dirigentes atuais de envolvimento nas
investigações foram tomadas pelos advogados da UTC, uma das empresas acusadas
de integrar o cartel.
. Em artigo publicado nesta semana e em peças anexadas ao
processo, a defesa da construtora sustenta que a prova de que era a Petrobras
quem detinha o total controle das regras é o comunicado em que a estatal
proibiu, no fim de 2014, 23 construtoras de participarem de licitações.
Sétima fase da Operação Lava Jato
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. A tese, que será abraçada também por outras empresas que
têm proprietários ou executivos presos, é que as empreiteiras não podem ser
responsabilizadas "na pessoa jurídica" pelos desvios, enquanto a
diretores da Petrobras são imputados crimes "na pessoa física",
preservando a integridade da estatal.
Os advogados acham que o Ministério Público e o juiz
Sergio Moro ajudam, ainda que involuntariamente, a estratégia do governo de
poupar a Petrobras e a atual direção, ao apontarem o cartel.
. Avaliam, ainda, que esse caminho poupa os políticos que
detinham as indicações dos diretores flagrados em negociatas com o doleiro
Alberto Youssef e as construtoras, pois circunscreve os crimes a funcionários
que teriam se unido a empreiteiros para "pilhar" a Petrobras, como enunciou
Dilma Rousseff nos discursos de posse.
. Para o governo, a reação orquestrada das empreiteiras é
mais uma prova do cartel, além de uma tentativa dos corruptores de escaparem
incólumes à primeira investigação que os colocou no banco dos réus e atrás das
grades.
. Resta saber se, para conseguir tirar seus dirigentes da
cadeia e se contrapor à tese que as prejudica, as empresas terão coragem de
apontar como funcionavam, segundo sua versão, as engrenagens do esquema
comandado pela Petrobras e pelos políticos.
Até agora, nenhum dos executivos quis apontar nessa
direção, até porque as empresas ainda tentam manter sua capacidade de contratar
com o setor público, por meio de acordos de leniência.
2 comentários:
sERÁ QUE OS EMPRESÁRIOS IRÃO ACEITAR A CRUCIFICAÇÃO PARA LIVRAR A CARA DOS PETISTAS? Será que desejarão sofrer o que Marcos Valério está sofrendo, pegando uma cana pesada enquanto Lula e os demais ficam livres? Acho que não.
Está sentindo o cheiro de cadeia.
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