Artigo, Paulo Rabello de Castro, O Globo - Mais do mesmo em 2015

É fato corrente a perplexidade empresarial frente à (falta de) perspectiva de 2015. Nem tanto pelo novo PIB projetado pelo mercado — um raquítico 0,8% — que não dá para cobrir sequer o crescimento vegetativo da população, deixando estagnada a renda per capita por dois anos consecutivos. O que mais estarrece e faz congelar o sentimento empresarial é não conseguirmos enxergar um palmo à frente. Aquela sensação de o país ser “a bola da vez”, na hora da arrancada para a prosperidade, foi se desmanchando nos anos recentes pela constatação de que a economia brasileira não estava indo a lugar nenhum, isso se não estiver rumando para uma quebradeira bestial, ao início de 2015. Os gestores da economia confiaram cegamente no hiperciclo das commodities, surfando os altos preços do agronegócio e dos minérios, como se a bonança pudesse durar para sempre. Concentraram fichas no setor de óleo, gás e petroquímica, sem o mínimo cuidado de planejar uma indústria forte e diversificada. O retorno ao que já fomos será duríssimo, isso se caminho houver.

. A estagnação da produção nacional não será revertida só porque temos bons nomes à frente da economia, gente séria e preparada para devolver ordem à barafunda fiscal armada pela “contabilidade criativa” do governo federal. Nem tampouco bastará o esforço de realinhar os preços relativos da energia elétrica, água e combustíveis. 

. É a própria estrutura de funcionamento da economia que está torta e manca. A população tem respondido a sinais equivocados da política econômica, que confundem trabalhadores, os aplicadores de capital e empreendedores. Esses incentivos com sinal errado engatam marcha a ré no progresso conquistado nos anos de euforia. O “governo grátis”, em sua bondade temerária ou mal intencionada, emite cerca de 23 milhões de cheques mensais, apenas para sustentar os beneficiários de seguro-desemprego e de bolsa-família, com regras que estimulam a evasão ao trabalho. Viúvas jovens, felizes sobreviventes de idosos segurados do INSS, também recebem outras centenas de milhares de contracheques do bom governo.

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2 comentários:

Anônimo disse...

"A população tem respondido a sinais equivocados da política econômica"

preocupados com a população?

a continuidade desse desgoverno desastroso foi escolha dela própria...

portanto...

e anotem ai, em 2018, na esperança de conseguir mais "governo grátis" e encantados com as demagogias que certamente serão vomitadas em cima de palanques pelo enrolador-mor da nação, a mesma população vai eleger os mesmos novamente...

Anônimo disse...

A economia tá indo pro brejo há algum tempo. Então os que votaram na Dilma devem estar felizes e eufóricos porque esse probleminha financeiro não os atinge; parabéns e ótimo 2015 com a corrupção que não tem fim e com uma boa recessão que se aproxima.

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