Artigo, especial - A integração dos dois Brasis através da cidadania

Este artigo é do Observatório Brasil Soberano

O gênio de Machado de Assis registrou com precisão a fotografia política que ilustra a relação do povo brasileiro com a vida pública nacional. 

Na obra de Machado, Esaú e Jacó, o Conselheiro Aires — um ex-diplomata solteirão e membro da elite carioca — encontra Custódio, dono de uma confeitaria já conhecida há décadas por um nome ligado ao antigo regime. Alí, a República acaba de ser pro clamada e, antes mesmo de qualquer mudança prática, o que se espalha pela capital brasileira é um clima de incerteza: ninguém sabe o que pega bem dizer, o que pega mal escrever, o que pode gerar perseguição ou causar problemas. O personagem Custódio havia mandado pintar uma tabuleta para a fachada de sua padaria: a padaria do Império. Só que, de repente, esse “Império” deixou de ser apenas tradição comercial e virou um risco simbólico. Assim, Custódio não se vê como um cidadão integrado a um sistema político, parte de uma nação, protegido pela lei e por seus magistrados. O Brasil tem dificuldade histórica de desenvolver cidadania e de transformar o povo em grandeza política porque construiu um Estado antes de formar uma comunidade. A máquina institucional surgiu como uma casa de máquinas fria e disposta a ob ter obediência, sem tradição jurídica clara e sujeita às oligarquias que se apossaram desse aparato com o golpe republicano. Já a formação social tem ...

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