1. Após as eleições de 2014, uma avaliação foi
consensual: o eleitor havia optado por um Congresso conservador e, em especial,
por uma Câmara de Deputados amplamente conservadora. A eleição em primeiro
turno de seu presidente –Deputado Eduardo Cunha- foi mostra disso. Foi o
deputado, em todo o Brasil, que fez a campanha mais transparente com as teses
conservadoras ou, se preferem, em base a valores cristãos sobre a vida, a
família e a ordem.
2. Com a posse da presidente Dilma, apareceram como um
Tsunami a crise econômica, a crise moral, a crise social e a crise política. A
autoridade da presidenta foi sendo diluída e as pesquisas de opinião foram
rebaixando seu apoio a um dígito apenas. O Congresso – e em especial a Câmara
de Deputados- assumiu a iniciativa e a priorização das leis.
3. O presidente da Câmara –deputado Eduardo Cunha-
consolidou uma ampla maioria independente do resultado técnico das votações.
Colocou para o plenário decidir várias PECs –projetos de emenda constitucional
que exigem maioria de 60%. Venceu em geral e quando perdeu, sua maioria, ainda
assim, se mostrou expressiva.
4. Num quadro como este, o conteúdo das medidas em
votação precisa ser balanceado com os desdobramentos políticos das mesmas.
Marcar posição, votar e perder faz parte do jogo, e da unidade do governo do
PT.
5. O problema está quando em nome do conteúdo e em base a
tecnicalidade do processamento da votação se constrói um cenário de confronto
com a ampla maioria da Câmara e seu presidente. Nas votações da maioridade
penal o PT e o governo perderam para uma ampla maioria. Numa 303 votos e em
outra 327 votos. O PT e os votos convergentes incluindo os ausentes sequer
alcançaram 40% dos votos. Isso numa votação ideologicamente atrativa.
6. Discursos e marcar posição ajudam a imagem dos
“autênticos”. Mas há limites. A discussão técnica, sobre se a segunda votação
da maioridade penal é válida ou não, ajuda a política de imagem dos
“autênticos”, dá espaço na mídia... Mas levar ao STF e contar com
pronunciamentos de ministros e ex-ministros para criar um clima de que é
possível derrubar a segunda votação é um erro técnico até secundário, mas é um
erro político gravíssimo.
7. Com o governo do PT cambaleante, confrontar uma ampla
maioria parlamentar é radicalizar a reação contra o PT e dar o tempero que
faltava à maioria que acha que Dilma não tem como se sustentar. Mas essa
maioria ainda não conta com os 2/3 necessários para o julgamento do afastamento
de Dilma. A radicalização dos “autênticos” tentando derrubar a segunda votação
será a dose que faltava para a construção da maioria necessária ao início do
afastamento de Dilma.
8. Que os “autênticos” pensem a quem estão servindo ao
subir nesse palanque que pode desabar com eles.
6 comentários:
A pergunta é mais prática: a quem interessa essa conversa de que Dilma não deva sair. Eu respondo: passando a régua, interessa ao brasileiro de qualquer classe que ela saia e viabilize a necessária reconstrução do que ela e seu partido destruíram, ou melhor, roubaram do povo.
E.. em tempo: leve o Temer junto, como diz dona Raquel!
Tapeação!
O que Eduardo Cunha esta fazendo, para desespero da esquerdalha, é tirar da gaveta projetos que estavam guardados por presidentes omissos, coniventes ou subservientes ao poder executivo, tipo Marco Maia, Henrique Alves, etc.
http://www.oantagonista.com/posts/exclusivo-tcu-some-com-documento-contra-dilma-rousseff
O PT autêntico quer dizer o quê, o que ROUBA MAIS OU O QUE ROUBA MANOS? Sim, porque em partido-quadrilha e em prostibulo não tem MAIS VIRGEM NEM MENOS VIRGEM!!!
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