A Justiça de Gravataí, através da decisão do juiz
Vinícius Tatsch dos Santos (Processo nº 015/1.12.0008181-3), da 1ª Vara Cível,
declarou, nesta segunda-feira, 25, prescrita a dívida de R$ 90 milhões que o
Banrisul cobrava do Município. O processo se referia a débitos que a Prefeitura
tinha com a CEEE, que haviam sido “vendidos” ao Banrisul, em 2002, e que de
forma irregular foram pagos entre 1997 e 2011. Com essa decisão, foi confirmada a queda da última e mais
importante restrição que havia contra Gravataí na Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) para a busca de financiamentos. “Esta é uma vitória que
simboliza toda a luta que este governo tem feito na busca da correção,
transparência e legalidade dos atos administrativos”, afirma o prefeito Marco
Alba. Isso representa a exclusão da segunda dívida mais expressiva da qual o
município já havia pago uma parte.
Em dezembro do ano passado, o juiz federal Bruno Brum
Ribas, atendendo ao pleito da Prefeitura, através da Procuradoria Geral do
Município (PGM), já havia decidido que “a repactuação da dívida, cuja operação
fora considerada irregular pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), por
ofensa à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), se tratava de operação de
crédito entre instituição financeira e ente da Federação (Município), a qual se
destina a refinanciar dívida não contraída junto à própria instituição
concedente”. Ou seja, Gravataí, ao firmar acordo de parcelamento de dívida com
o Banrisul, em 2011, reconheceu e acertou pagar uma dívida de forma irregular.
Inicialmente, Gravataí possuía uma dívida de R$ 9,8
milhões com a CEEE, em virtude do fornecimento de energia elétrica entre
setembro de 1992 e agosto de 1997, para iluminação pública, e entre dezembro de
1996 e agosto de 1997, para iluminação de prédios próprios. Em junho de 2000, a
CEEE e o município firmaram contrato de parcelamento, para a regularização dos
débitos de energia elétrica. Para tanto, acordaram o parcelamento em 100 vezes,
com pagamentos de outubro de 2000 a janeiro de 2009.
Em 28/02/2002, a CEEE cedeu o seu crédito ao Banrisul,
mediante Contrato de Cessão de Créditos. Até 2004, a Prefeitura pagou o que
havia sido repactuado. Com juros e multas contratuais, o débito, então de
“propriedade” do Banrisul, chegou a R$ 100 milhões em 2011. Nesse ano, ao
assinar um novo contrato com o Banrisul, a pretexto de reduzir a dívida de R$
86 milhões para R$ 24 milhões (que de início era de R$ 9 milhões), a Prefeitura
reconheceu um débito que já havia sido declarado irregular pela Secretaria do
Tesouro Nacional (STN).
Diante das irregularidades, em 19/04/2012, o município
encaminhou notificação ao Banrisul avisando que, a partir daquela data, os
pagamentos das prestações mensais decorrentes do contrato seriam cancelados. Em
11/07/2012, o Banrisul ingressou com ação de cobrança de R$ 90 milhões,
sustentando a inadimplência da obrigação desde maio de 2012. “Essa decisão
representa também o fim de um peso que recaía sobre a sociedade gravataiense,
que era quem arcava com essa dívida, contraída de forma irregular”, finaliza o
procurador Geral do Município, Jean Torman.
6 comentários:
Bom... agora é só empalar esta dívida no prefeito do pt da época.
Coloca essa irregularidade lá-onde-o-sol-não-bate do prefeitinho do PT da época.
Sr.Políbio
Escrevo-lhe esta para pedir-lhe um favor,se possível. Às vezes tenho dificuldade em ler seus textos devido à cor utilizada (cinza). Poderia usar uma cor mais escura para facilitar a leitura?
Agradeço a compreensão.
É o roto falando do rasgado!
Agora esse prefeitinho forra o poncho
Polibio, ratifico a solicitação apresentada às 19:43. Também tenho dificuldade de ler texto em cinza. Necessário maior contraste.
Prezado Editor,
Para pôr as coisas na realidade, 9,8 milhões de agosto de 1997 são hoje 29,7 milhões, se corrigido pela inflação medida pelo IPCA; mas são 126,2 milhões se considerado uma correção de 100% do CDI. 100% do CDI é juro baixo se comparado com o que as empresas e cidadãos comuns pagam de juros. Com exceção, é claro, da taxa com a qual o governo corrige (extorque) o FGTS ou dos empréstimos dos "amigos do rei" do BNDES.
A dúvida que fica é se Gravataí "ganhou" a energia gratuitamente, a custa dos acionistas do Banrisul. Pela notícia, parece que sim.
Marco Passarinho
Caro Políbio,
realmente muito difícil ler nesse tom cinza esmaecido das letras ...
Sugiro até uma enquete para ver quantas pessoas gostariam de ver letra preta ao invés de cinza, o que facilitaria sobremaneira a leitura !
Obrigado,
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