Artigo, Ricardo Bergamini - Operação lava Jato ou Como a História se Repete

Neste artigo, intitulado "Operação Lava Jato da Polícia Federal", Ricardo Bergamini invoca sua condição de ex-executivo financeiro da Internacional de Engenharia S.A. e de vários bancos, para dizer que os atuais escândalos de corrupção são recorrentes no Brasil, o que não elimina a responsbilidade do atual governo em relação ao Petrolão, mas exige reflexões muito maiores sobre a maneira de extirpar este tipo de câncer. O editor acrescenta aos exemplos citados por Bergamini, também casos recentes gaúchos, como os escândalos das Operações Concutare e Solidária. Nos inquéritos que o próprio editor já publicou, telefonemas entre empreiteiros, políticos e agentes do governo, além de troca de e-mails, torpedos e testemunhas, comprovam que sem propina difilmente andam obras e licenças públicas. 

Leia tudo:


Na década de 1980 fui executivo financeiro da IESA - Internacional de Engenharia S/A, empresa onde conheci o meu amigo pensador Paulo Rabello de Castro (palestrante de economia), que é uma das empresas investigadas pela operação lava jato. Posso afirmar que não há nada de novo no que já era feito naquela época, ou seja: fazer parte de um clube de empresas para participar do rodízio, colocar um “over price” nos contratos e a cada recebimento de fatura repassar o valor do “over price” para uma empresa de consultoria indicada pelo contratante (na minha época eram empresas que aprovavam a qualidade da obra denominada de teste de aceitação). Cabe lembrar que: essa prática era adotada por todas as empresas estatais e governos e não existe outra forma de trabalhar já que a regra era institucional.
A regra era tão institucional que o presidente da IESA na época era o Dr. Sérgio Franklin Quintela, que hoje é um dos membros do conselho de administração da Petrobrás.
Quanto a Petrobrás sugiro pesquisar artigos do jornalista Paulo Francis, escritos na década de 90, onde sempre denunciou para o vento a corrupção na Petrobrás. Por isso o CAZUZA foi muito feliz ao afirma que o Brasil era um museu de grande novidade, ou seja: todos diariamente nos indignamos com fatos antigos e repetitivos (anões do orçamente, Carlinhos Cachoeira e a Delta, etc). 
Como toda a minha vida profissional foi vivida dentro da área financeira das empresas e dos bancos poderia escrever um livro sobre corrupção.
Temos que admitir que vivemos em um país com deformação cultural do cinismo e da hipocrisia, haja vista que todos criticam a sonegação de impostos, ao mesmo tempo em que todos sabem que não há como manter nenhuma atividade econômica sem sonegar impostos.


Para encerrar o meu depoimento devo dizer que concordo plenamente com senhor Paulo Roberto Costa (ex- Diretor da Petrobrás) quando afirma em seu depoimento que não existe doação legal para partidos e políticos. Inexoravelmente todas tem como origem a corrupção. O resto é debate de bêbados. Diga-se de passagem, não podemos nos esquecer que foram as mesmas palavras ditas pelo Paulo Cesar Faria tesoureiro do Collor m 1992. Mais uma vez o museu de grandes novidades.

2 comentários:

Justiniano disse...


"É difícil libertar os tolos das correntes que eles veneram" Voltaire.

Se aplica como uma luva para os que acreditam nos petralhas!!

Anônimo disse...

Resumindo: Brasil, país das máfias! Muda para ficar igual, não tem jeito, mesmo!

https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/