Artigo, Marcus Coester - Petrobrás 2014...

Neste artigo para "Zero Hora", Marcus Coester demonstra os enormes avanços que a Petrobrás conseguiu no campo da exploração petrolífero do petróleo, passando pela Bacia de Campos até chegar ao Pré-Sal. Ele constata que a peça-chave para os problemas atuais da estatal baseia-se na escolha das pessoas. Marcus Coester é empresário, diretor da Fiergs/Ciergs e coordenador do Comitê de O&G Fiergs.

Em uma conversa com um empresário mexicano em Puebla, cerca de 10 anos atrás, comparávamos a Petrobras e a Pemex, tendo a última um faturamento três vezes superior à rival brasileira. Mas no final da discussão o mexicano se rendeu com uma afirmação surpreendente: “a diferença fundamental é que a Pemex é uma estatal mexicana, enquanto a Petrobras é uma companhia petroleira…”. Criada em 1953 pelo presidente Getúlio Vargas, a maior e mais importante empresa brasileira vive hoje, quem sabe, uma de suas maiores crises institucionais.
Umbilicalmente ligada à politica e ao desenvolvimento nacional, um dos fatores para o sucesso internacional da Petrobras foi o contínuo investimento no conhecimento e no desenvolvimento profissional de seus mais de 80 mil colaboradores. Quem talvez melhor personifique este processo, sendo uma espécie de antítese do ex-diretor Paulo Roberto Costa, é o geólogo Carlos Walter Marinho Campos, que em 1974 foi responsável pela descoberta do campo de Garoupa e pela revelação da região petrolífera que logo se tornaria a mais importante do Brasil. Carlos Walter entrou na Petrobras como trainee e chegou ao cargo de diretor, quando, contrariando recomendações internacionais, convenceu o governo federal a investir na busca de petróleo no mar. Com 80% da produção nacional na bacia de Campos, nome dado em homenagem ao seu descobridor, o país atingiu a autossuficiência em 2006, o sonho impossível de 30 anos antes. A evolução do núcleo técnico formado inicialmente por Carlos Walter chegaria anos depois ao pré-sal, colocando as reservas do Brasil entre as mais significativas e promissoras do globo.

A relação de governo que norteia a alta administração da Petrobras tornou possível Carlos Walter, a bacia de Campos e o pré-sal, mas em sua versão perversa também criou Paulo Roberto Costa e uma estarrecedora rede criminosa. O aprimoramento da governança corporativa e compliance da companhia, assim como os mecanismos de controle, investigação e justiça são relevantes para que a Petrobras cumpra o papel que a sociedade brasileira espera. Ainda assim, a peça chave continuará sendo sempre a escolha das pessoas, sejam elas os membros do conselho de administração e dirigentes da Petrobras, sejam elas nossos governantes e parlamentares.

3 comentários:

Anônimo disse...

Empresas privadas teriam obtido avanços maiores e com custos menores que os da Petrobrás, se não tivessem sido impedidas de atuar pelo monopólio da Petrobrás.

O monopólio da Petrobras, na verdade impediu o desenvolvimento de empresas petrolíferas mais produtivas e eficientes, como a Ipiranga, que foi "morta" pelo monopólio da Petrobrás.

Anônimo disse...

políbio,

Este é o "gênio" por trás do calhambeque chamado Aeromóvel??

JulioK

Anônimo disse...

NÃO SAIU PETRÓLEO NO PRÉ-SAL E, NEM SAIRÁ.

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