Na próxima safra de verão, apenas os produtores gaúchos
terão que pagar R$ 500 milhões para a Monsanto.
Ainda há recurso aos tribunais de Brasília, mas o embate
bilionário entre produtores rurais e Monsanto registrou ontem a vitória da
empresa dos EUA no Tribunal de Justiça do RS. Foi ontem. A decisão ocorreu por dois votos a um. Isto
significa que a empresa tem direito de cobrar pelo uso de soja transgênica. O
valor é de 2% sobre a produção.
. A decisão da 5ª Câmara Cível, que vale para todo o
Brasil, significa que a Monsanto não terá de pagar ressarcimento estimado em
pelo menos R$ 15 bilhões a agricultores pela utilização da semente
geneticamente modificada. Também enfraquece a luta dos produtores de contestar
outra cobrança – de 7,5% – sobre a segunda geração do grão geneticamente
modificado, no mercado desde a última safra.
. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado
(Fetag-RS) pretende recorrer no próprio tribunal por meio de embargo
infringente (quando a decisão não é unânime). Se perder, planeja apelar ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
. A questão em debate é centrada na discussão entre a prevalência da lei
de patentes, defendida pela Monsanto, e a legislação de cultivares, que reserva
aos agricultores o direito de separar sementes próprias para replantio. A
desembargadora Maria Cláudia Mércio Cachapuz, relatora do caso, entendeu que o
direito à propriedade intelectual da Monsanto sobre a soja transgênica se
estende às plantas descendentes e à soja produzida e não considerou a cobrança
de 2% abusiva. A posição foi seguida pela desembargadora Isabel Dias Almeida. O argumento dos agricultores é de que a Monsanto já é
remunerada ao licenciar a tecnologia para empresas que desenvolvem e produzem
sementes.
- O voto vencido, do desembargador Jorge Luiz do Canto, demonstra a fragilidade da argumentação jurídica dos perdedores, porque ele avaliou que os
direitos de propriedade não devem se sobrepor à proteção social dos pequenos
produtores. Com a decisão, cálculos dos advogados dos agricultores indicam que,
na próxima safra, os gaúchos pagarão cerca de R$ 900 milhões pelo uso da soja
transgênica para a Monsanto.
CLIQUE AQUI para ler "Deu Golias na briga da soja transgênica", assinado por Gisele Leblein, jornalista especializada em agronegócio, Zero Hora de hoje.
CLIQUE AQUI para ler "Deu Golias na briga da soja transgênica", assinado por Gisele Leblein, jornalista especializada em agronegócio, Zero Hora de hoje.
5 comentários:
O pior é que foi somente por 2x1. Teve um juiz esquerdista que votou favorável a FETAG. Qual a seguranca jurídica de se pesquisar e investir no pais. Quem não quer que use outra soja e não a que foi pesquisada pela empresa. Ninguem é obrigado a usar a soja que foi pesquisada pro eles.
Justiça foi feita.
Ninguém é obrigado a cultivar soja transgênica. Os agricultores podem plantar soja convencional.
Aliás, a notícia de Zero Hora está cheia de erros.
PELO QUE HOUVI ESTA FIRMA TEM TODA RAZÃO, FICARAM ANOS PESQUISANDO EM LABORATÓRIOS, ANTES OS NOSSOS AGRICULTORES COM SAFRA BOA MAL CHEGAVAM A 40 SACAS HOJE NO MESMO ESPAÇO COLHEM TRÊS VEZES MAIS E NÃO TEM TEMPO RUIM E NEM PRAGA QUE ESTRAGUE O TRANSGÊNICO.
EDUARDO MENEZES
Se o resultado de investimento em pesquisa tiver que ser "socializado", ou seja, dado de graça, a pesquisa não tem futuro. Vale também para medicamentos.
Bem feito, os malandros, digo, os agricultores e foram avisados, mas se debalaram, meaçaram os governos, usaram os transgenicos na marra. Empurarar o que deu com a barriga, mas perderam na justiça.
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