Hoje "humor" é entendido como um estado de
espírito, mas houve época em que era visto como algo físico, fluidos que
controlavam, entre outras coisas, o próprio temperamento das pessoas (o
fleumático, por exemplo, seria dominado pela "fleuma", humor
procedente do sistema respiratório). Doenças eram atribuídas a desequilíbrios
entre humores; daí prescrições de tratamentos como sangrias e afins,
supostamente para recuperar o equilíbrio perdido.
. A falta de base científica, porém, da teoria dos humores
ficou clara com o desenvolvimento da medicina, levando ao seu abandono, do qual
se salvaram apenas expressões como "mau humor", utilizadas, é claro,
num contexto bastante distinto do original.
. É irônico, portanto, que a mesma visão medieval ressurja
expressa na noção que a prostração da economia brasileira - aparente no
"pibículo" do primeiro trimestre, assim como o que nos espera ao
longo deste ano - se deva ao mau humor dos empresários.
. Obviamente a confiança empresarial anda baixa, e não
apenas ela: medidas da confiança do consumidor também não são nada animadoras,
mas, isto dito, é um erro acreditar que alterações de humor, de empresários ou
consumidores, surjam do nada e, a partir daí, afetem o desempenho econômico. A
relação entre causa e efeito parece ser precisamente a inversa: é o desempenho
da economia que afeta o estado de espírito a que chamamos de
"confiança" ou "humor", ou qualquer nome que se queria dar
à sensação que algo está muito errado no país.
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Um comentário:
A explicação para muitos dos "humores" pode ser vista no inocente vídeo que pode ser acessado no endereço abaixo:
http://telly.com/1LCO21W
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